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"Precisamos ciar uma cultura da paz [...], Não responda violência com violência, ódio com ódio!", diz Pe. Fabrício após episódios de violência em Patos. Ouça
23/03/2022 08h00
Por: PATOS ONLINE Fonte: Patosonline.com
Foto: Reprodução

Nesta terça-feira, dia 22 de março, o Padre Fabrício Dias Timóteo, da Paróquia de Taperoá, em áudio enviado ao programa Espinharas Notícias, da Rádio Espinharas FM, fez uma reflexão acerca dos últimos episódios de violência acontecidos aqui na cidade de Patos.

De acordo com Pe. Fabrício, ultimamente as pessoas estão sendo muito bombardeadas com notícias negativas, pessimistas e desmotivadoras que acabam ferindo profundamente a nossa alma: "Nosso espírito está transpassado de dor, de luto. São tantas notícias ruins de tragédias, de criminalidade, de violência, de corrupção, de imoralidade, de dilaceramento dos nossos valores, dos nossos princípios".

Fazendo uma reflexão acerca disso, Pe. Fabrício disse que precisa-se, de modo bem particular na cidade de Patos, criar uma cultura da paz: "Urge em Patos a cultura da paz, a cultura da concórdia, a cultura da tolerância, a cultura do respeito, da alteridade. É preciso entender que a paz não é algo abstrato, já nos diz o profeta Isaías: 'A paz é fruto da Justiça!'; só vai existir paz onde houver justiça, justiça na família, na sociedade, em todas as dimensões do tecido social. E essa justiça começa com o espírito convertido em mim, em você!".

Dando continuidade em sua reflexão, Pe. Fabrício fala da importância dos pequenos gestos e que através deles surgem as grandes atitudes, porém as pessoas estão plantando gestos de ódio, de intolerância, de discriminação, de preconceito, de violência: "Como resultado dessa plantação, dessa semeadura, nós temos uma cultura macro de ódio. Não responda violência com violência, ódio com ódio, acepções com acepções, indiferença com indiferença, insensibilidade com insensibilidade, raiva, rancor, ódio, ira, sentimento de vingança, a paz começa com o desarmamento do meu espírito, dos nossos corações".

Pe. Fabrício diz que é preciso converter os nossos corações para que se tenha uma sociedade pacificada, equilibrada e harmonizada, uma sociedade que vive de fato os valores cristãos da fé, da esperança, da caridade e da solidariedade e as causas e raízes da violências estão justamente em nossos corações: "Não podemos mais aceitar corações violentos, intolerantes, intransigentes, não adianta nada resolvermos as consequências da violências e não irmos as causas, as raízes. Então vamos mudar de dentro para fora, já diz o mestre Jesus: 'Aquilo que torna impuro o homem não é o que entra no homem, não é o que vem de fora, mas o que sai do seu coração, do seu interior, comentou.

Finalizando, Pe. Fabrício faz uma reflexão também acerca da importância da conversão das famílias para que tenhamos sociedades mais restauradas, convertidas e transformadas: "As famílias estão precisando ser santuários de bons valores, de bons princípios, de bons critérios. Precisam de fato ser santuários da partilha, do acolhimento, da compreensão, do perdão, da reconciliação, santuários da fé, da boa educação, da boa disciplina, precisa mais do que nunca se converter. É a partir dessa célula vital da sociedade, que é a família, que nós vamos ter sociedades mais restauradas, convertidas e transformadas. Famílias restauradas, sociedade restaurada, famílias doentes, sociedade doente".

"As pessoas não acreditam mais na vida, não creem mais na vida, não confiam mais na vida, parece que na cultura de morte nós perdemos o sentido da vida. É preciso refletir mais profundamente sobre o sentido da sua vida, isso começando já com recém-nascido, nós precisamos aprender já nos braços dos nossos pais que a vida tem um sentido, um sentido muito maior do que a dimensão orgânica, biológica, material, física, do que essa dimensão meramente horizontal. A vida tem um sentido divino, é preciso refletir sobre a sacralidade da vida e essa reflexão começa na sua família, é preciso refletir sobre a inviolabilidade da vida, sobre a indissolubilidade da vida, vamos fazer das nossas famílias santuários de oração, de reflexão, de meditação, de acolhimento e aí sim as famílias terão autoridade de dizer sim, quando for sim, e não, quando for não, porque mais do que as palavras elas falarão pelas atitudes, pelo testemunho, pela conduta da vida, pela prática da vida!", finalizou Pe, Fabrício.

Confira abaixo o áudio do Padre Fabrício e sua reflexão completa:

Pe. Fabrício Dias Timóteo - Áudio: Rádio Espinharas

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