O câncer de boca é o quinto mais frequentes em homens no Brasil, com cerca cerca de 12 mil novos casos por ano no país, enquanto que o câncer de tireóide é o quinto mais comun entre as mulheres e os principais tumores na região da cabeça e pescoço são os de câncer de pele e os sintomas iniciais são as lesões. Essas foram algumas das informações compartilhadas durante o debate remoto promovido na noite desta quarta-feira (27), pela equipe de oncologia do Hospital do Bem, que integra o Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC).
Durante duas horas, o cirurgião do Hospital do Bem, especialista em tumores de cabeça e pescoço, Dr. Ericson Werter e a oncologista Dra. Nayarah Xavier, que atende no ambulatório da unidade, abordaram vários aspectos ligados ao câncer, passaram orientações de como proceder ao identificar qualquer anormalidade e desmistificaram mitos em relação a tratamento e prevenção. O evento está inserido nas comemorações do Julho Verde, que é o mês de conscientização mundial sobre os tumores de cabeça e pescoço, que representam o nono tipo de câncer mais comum no mundo. A live foi mediada pela Psicóloga do Complexo, Pryscilla Guedes.
Dr. Ericson Werter começou sua participação chamando atenção sobre o aparecimento de sinais na pele, destacando que quando a pessoa identificar algo como uma ferida que não cicratiza, que cresce e que seja uma lesão diferente, procure um dermatologista, que inicialmente, é quem identifica e faz os primeiros encaminhamentos. Em relação ao câncer de tireoide, ele afirmou que o surgimento de um nódulo no pescoço que muitas vezes só é perceptível em exames, mesmo sem sintomas, é preciso ser investigado. Sobre o câncer de boca, ele destacou que é mais comum em homens e que o cigarro e a bebida são os principais fatores de risco. Lesões que não cicatrizam na boca, lábios, na língua ou garganta, segundo o médico precisam ser investigados o quanto antes, já que esse tipo de câncer costuma ser bem agressivo.
A Dra. Nayarah Xavier iniciou sua fala abordando a conduta do hospital no tratamento de vários tipos de câncer, enaltecendo que embora o câncer de tireoide seja mais comum em mulheres, quando ele acomete homens tende a ser mais grave, porque as mulheres procuram os médicos mais rápido e identificam a doença no período inicial. Ela também chamou atenção para a questão do HPV, que se tornou uma DST e que também atinge a cavidade oral, reiterando a importância da atenção dos odontologos na identificação de anormalidades atípicas que possam identificar um câncer em estágio inicial. Dr. Ericson reforçou lembrando que o profissional dentista está sempre atento a cavidade oral e ele é o mais importante para identificar lesões suspeitas de câncer de boca. Ele lembrou que dentista não vê só dente, mas avalia a cavidade oral e pode identificar lesões suspeitas, atuando na identificação precoce de lesões na boca.
Uma boa notícia destacada por Dr. Ericson é que a grande maioria dos pacientes do Hospital do Bem com tumores de cabeça e pescoço não precisam ser encaminhados para outros serviços para complementar tratamento, com exceção dos que necessitam de radioterapia que ainda não estão disponível na unidade. Sobre o diagnóstico do câncer de laringe, o médico explicou que ainda há ressalvas na unidade em função de ser necessário instrumentais específicos para tal demanda, mas que há alternativas de identificação da doença. Ele divulgou ainda que, somente em julho, foram realizadas 24 cirurgias de cabeça e pescoço no Hospital do Bem.
Dra. Nayarah Xavier lembrou da importância da existência e dos serviços do Hospital do Bem para atendimento dos pacientes no sertão e destacou a importância de se ressignificar a palavra câncer. “Por mais que no nome pese, é preciso tirar a ideia das pessoas que isso é uma sentença de morte, que não há mais jeito. Não é isso. A nossa atuação e os recursos que dispomos é uma prova de que a gente consegue mudar essa trajetória”, falou ela, lembrando que todo o processo de marcação de serviços na unidade, com exceção da primeira regulação que é feita pela Central do Estado, é feita no Hospital do Bem o que facilita e agiliza os processos. Ela abordou ainda a questão do câncer de pele que acomete a população por causa da exposição desprotegida ao sol e também a cargas de radiação de outras fontes de energia. Neste aspecto, ela reiterou a importância do uso do protetor solar.
A médica lembrou ainda a importância do auto-exame, no pescoço, no couro cabeludo, na boca para identificação precoce da doença. “90% dos tumores de cabeça e pescoço são curáveis quando diagnosticados precocemente, muito embora 60% dos tumores sejam identificados em fase tardia”, reiterou Dr. Ericson.
“A primeira experiência foi muito boa. Tivemos uma boa repercussão, além de muita interação e o formato deste debate, já que ele pode ser acompanhado de onde a pessoa estiver, bastando apenas ter sinal de internet e acesso ao facebook, possibilita que mais pessoas possam ser orientadas quanto às formas de prevenção, os fatores de risco e também tirem dúvidas”, afirmou o diretor geral do Complexo de Patos, Francisco Guedes.
Por Assessoria