O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta terça-feira (9) que o Brasil deve adquirir 50 mil doses de vacinas contra a varíola dos macacos. Segundo o ministro, as vacinas serão destinadas aos profissionais de saúde. Ele não deu previsão de quando a compra vai acontecer.
A declaração de Marcelo Queiroga sobre a compra das vacinas foi dada durante uma ação da campanha de vacinação contra a poliomielite em João Pessoa.
Segundo o ministro, as vacinas serão adquiridas através da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e as primeiras doses serão usadas para imunizar profissionais de saúde que estão em contato direto com pessoas contaminadas.
"Num primeiro momento [a vacina] será destinada aos profissionais de saúde que lidam com material contaminado. À medida que surgirem evidências, e se for necessário ampliar, todo mundo vai ter que se preparar para ofertar vacinas em maior quantidade", afirmou Marcelo Queiroga.
Em nota enviada ao g1, o Ministério da Saúde não informou quando a compra será feita. A pasta disse que segue em tratativas com a OPAS/OMS para aquisição da vacina contra a varíola dos macacos, e que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) poderá definir a melhor estratégia de imunização para o Brasil.
Marcelo Queiroga também falou que o Ministério da Saúde tem fortalecido as frentes de vigilância epidemiológica contra a varíola dos macacos. Segundo ele, a quantidade de laboratórios aptos a realizar testes da doença será ampliada em todo o Brasil, mas, no momento, a ideia é fomentar a prevenção na própria população.
Sobre a prevenção, Queiroga afirmou que "a grande maioria dos indivíduos que têm essa doença são homens que fazem sexo com homens", e justificou que a fala vai de encontro com o que afirmou o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, sobre o assunto.
"Se nós fizermos o diagnóstico, isolarmos essas pessoas e fizermos um anúncio para que se reduza o número de parceiros sexuais, nós podemos baixar essa doença. O que nós precisamos aqui no Brasil é manter a população informada e tomar medidas para diagnóstico, isolamento de casos e as vacinas, logo que tivermos em quantidade maior e se for essa a indicação, elas serão disponibilizadas à população brasileira", reiterou o ministro.
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão. Após esses estágios, a doença se manifesta em lesões na pele.
A doença não tem uma vacina específica, mas as vacinas desenvolvidas contra a varíola humana ajudam a proteger contra ela.
Atualmente, existem 3 vacinas contra a doença: uma usada no Canadá, nos Estados Unidos e na União Europeia (MVA-BN, do laboratório Bavarian Nordic), uma que só está aprovada nos Estados Unidos (ACAM2000) e uma terceira, desenvolvida no Japão, que pode ser aplicada em crianças (LC16).
O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.
"Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças", disse a agência.
Fonte: g1 PB