O Exército Brasileiro decidiu não substituir o coronel Ricardo Santana na comissão de transparência do processo eleitoral brasileiro. O alto comando considera que o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, foi duro demais, “quase agressivo” com as Forças Armadas. A última decisão foi sair em defesa do coronel Santana e cobrar o mesmo procedimento do TSE para outros integrantes da comissão que publicam notícias sobre o processo eleitoral e críticas a candidatos. “A corda foi esticada. Quem planta vento colhe tempestade”, disse um general da ativa que fez parte das reuniões para decidir pela nota oficial. O Exército não sairá da comissão, mas não vai substituir o coronel desligado pelo ministro Fachin.
“Especificamente em relação ao oficial, cabe destacar que foi selecionado mercê de sua inequívoca capacitação técnico-científica e de seu desempenho profissional. Todavia, após tomar conhecimento das notícias veiculadas, já no final da semana passada, o Exército, como usualmente faz nesses casos, buscou esclarecer os fatos antes de tomar quaisquer providências, eventualmente precipitadas ou infundadas”, diz um trecho da nota, obtida com exclusividade pela reportagem da Jovem Pan. Para os militares, a decisão do TSE foi baseada em “apuração da imprensa” feita “de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro. Por isso foi tomada a decisão de deixar vago o cargo antes ocupado por Santana. “Por fim, cabe ressaltar que o Exército Brasileiro, Instituição Nacional e Permanente, sempre participou nas ações de Garantia de Votação e Apuração, seja em aspectos de segurança, seja no apoio logístico, particularmente, nos rincões mais distantes do país.”
Na última segunda-feira, 8, o TSE enviou ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, um ofício assinado por Fachin e pelo vice-presidente do Tribunal, Alexandre de Moraes, pedindo o desligamento de Santana da comissão. Os ministros afirmam que a decisão foi tomada devido à “disseminação de informações falsas a fim de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro”. Alegam também que o coronel do Exército se prestou a “fazer militância” contra as urnas eletrônicas. “A posição de avaliador da conformidade de sistemas e equipamentos não deve ser ocupada por aqueles que negam prima facie o sistema eleitoral brasileiro e circulam desinformação a seu respeito”, diz o ofício.
Jovem Pan