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Jogo aberto no segundo turno. Por Genival Junior
16/10/2022 20h15
Por: PATOS ONLINE Fonte: Por Genival Junior - Patosonline.com
Foto: Reprodução

Ao terminar o primeiro turno das eleições em vantagem superior a 6,1 milhões de votos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chega a 15 dias das eleições presidenciais com uma teórica vantagem que ainda não é suficiente para assegurar vitória no próximo dia 30 de outubro.

Com um cenário cada vez mais acirrado entre as militâncias de Lula e Bolsonaro na campanha do segundo turno, os olhares estão voltados para a tentativa de ampliar o bom desempenho dos candidatos entre algumas faixas de eleitores onde foram predominantes no turno inicial da campanha, bem como impactar o desempenho entre setores em que se mantiveram abaixo do esperado, fatores que podem comprometer o resultado final das urnas.

Se por um lado, Bolsonaro tenta impactar eleitores do Nordeste, mulheres e camadas com menor faixa de renda, onde Lula foi predominante, do outro, Lula busca votos preciosos no Sudeste, ampliar sua diferença no Nordeste e reduzir a sua diferença entre o eleitorado evangélico, que segundo pesquisas recentes, varia entre pouco mais ou menos de 30% do eleitorado brasileiro, com ampla predominância para Bolsonaro.

Lula recebeu neste segundo turno, o apoio de Simone Tebet e de Ciro Gomes, e está confiante em conseguir ser majoritário entre esses eleitores, fato que pode ajudar na consolidação de sua vitória. Já Bolsonaro, recebeu o apoio do governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e intensificou sua campanha no Nordeste nesses dias para alavancar seu tamanho na região, além de confiar no impacto de uma melhor imagem de seu governo nesses dias finais de campanha.

Bolsonaro tem contra si a maior liberdade do eleitorado em escolher sem tantas pressões o voto de presidente da república, e corre contra o tempo para chegar no dia 30, fazendo o eleitorado brasileiro entender que a sua candidatura ganhou mais apoios e visibilidade que o seu adversário. Por outro lado, tem ao seu favor um maior poder de articulação com lideranças políticas, que são definitivamente atraídos pelas benesses do governo, como acontece nas esferas de disputa estadual e até municipal.

Já Lula por sua vez, tenta consolidar o desgaste de Bolsonaro em numa fatia significativa do eleitorado, buscando para isso, tornar esse fator como um impeditivo para que Bolsonaro cresça na reta final e concretize uma virada.

A bem da verdade, o segundo turno chega a sua metade com os 6,1 milhões de votos a mais para Lula obtidos no primeiro turno sendo uma vantagem teórica, pois precisamos considerar agora os mais de 9 milhões de votos de outros candidatos que agora, pelo menos a sua maioria, terão uma definição em favor de um ou outro nome, além de eleitores que votaram branco, nulo ou se abstiveram no primeiro turno e que parte deles, podem comparecer no dia 30 e ajudar na ampliação ou no encurtamento dessa distância.

Claro que qualquer vantagem é vantagem, mas considerando que os quase 5 pontos percentuais de maioria obtidos por Lula no primeiro turno representa pouco para um país com um universo gigante superior a 156 milhões de eleitores, e que por isso, a eleição está longe de poder ser considerada decidida. A hora da verdade está chegando!.


Por Genival Junior - Patosonline.com