O irmão do estudante de medicina Anderson Hugo Pereira Félix, de 29 anos, natural da cidade de Tavares, Sertão paraibano, que foi encontrado morto na manhã do último domingo (16) em uma estrada da cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na divisa com o Brasil, falou com exclusividade no programa Olho Vivo da TV Diário do Sertão desta quarta-feira (19) e deu detalhes de como era seu irmão, relatou sobre seus sonhos, falou da última conversa entre eles e de como a família recebeu a notícia.
Hígor Félix que é arquiteto e urbanista, disse que ele e seu irmão moraram por 12 anos em João Pessoa e que Hugo não via maldade em ninguém e sempre queria ser amigo de todo mundo. “Era a pessoa mais sem maldade que eu conheci na vida”, disse Hígor.
A NOTÍCIA
Hígor falou que ficou sabendo no momento do almoço de domingo. Ele disse que entraram em contato com uma amiga deles e que tinha uma pessoa do Paraguai querendo falar com ele. Ao saber de fato do que se tratava, Hígor disse que entrou em pânico, em desespero. O irmão da vítima relatou que tinha falado com ele um dia antes.
TESTEMUNHOS
“Ele sempre foi o mais engraçado da turma, sempre fez todos rir, o relacionamento dele de amizades é muito grande, inclusive eu sabia que ele era querido, mas eu não imaginava que fosse tanto”, frisou Hígor.
Ele falou que muitas pessoas têm dado depoimentos do quanto seu irmão lhes ajudou. Hugo Pereira atuou como enfermeiro por 5 anos no Sertão antes de cursar medicina.
ÚLTIMAS CONVERSAS
A conversa mais forte, segundo o arquiteto, foi na sexta-feira (14) à noite, quando o então estudante de medicina estava em um momento de adoração e teria lembrado dos momentos que juntos cultuavam a Deus morando em João Pessoa. Hígor lembrou que no sábado (15) a conversa de Hugo foi mais intensa com sua mãe.
Hugo iniciou o curso durante a pandemia e fazia as provas presenciais em um Pólo em João Pessoa. Ele viajou para o Paraguai no último dia 4 de agosto.
SONHO
“O principal sonho dele, que ele não negava para ninguém, era de formar meu filho, Benício, o sobrinho dele. Eu tenho um filho de dois anos. E todo mundo conhece, era o xodó da vida dele. Ele dizia: ‘irmão eu estou indo por Benício para tentar te ajudar a dar um futuro melhor a ele, para que se ele quiser fazer medicina eu ter condições de pagar aqui no Brasil para ele’, e o principal sonho dele era esse, era se formar e continuar ajudando pessoas”, relatou.
INVESTIGAÇÃO
Hígor Félix disse que o delgado da fronteira falou que a investigação está bem encaminhada e que em breve ele vai enviar mais informações para a família. A autoridade policial teria dito também que há fatos importantes, mas que por enquanto não pode revelar para não atrapalhar nas investigações.
TRASLADO, VELÓRIO E SEPULTAMENTO
O corpo de Anderson Hugo Pereira Félix chegou no aeroporto de João Pessoa por volta de meio dia desta quarta-feira (19). O corpo foi velado por um período de tempo em uma central de velórios da Capital e em seguida seguiu para Tavares, no Sertão do estado.
É aguardado para chegar por volta das 21h. O velório será na quadra de esportes de Tavares e terá momentos de adoração e homenagens que serão feitas por familiares, colegas de trabalho, amigos, grupos de oração, entre outros.
O sepultamento está marcado para acontecer a partir das 8h da manhã desta quinta-feira (20).
ENTENDA
O estudante de medicina Anderson Hugo Pereira Félix, de 29 anos, que foi encontrado morto na manhã do último domingo (16) em uma estrada da cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, especificamente na divisa com o Brasil, era sertanejo da cidade de Tavares, da região de Princesa Isabel.
De acordo com a apuração policial, a vítima estaria em uma festa com amigos horas antes do crime. Ainda de acordo com o relato, o jovem estava com uma pulseira que caracterizava sua presença em um evento na cidade vizinha de Ponta Porã.
Conforme o secretário de segurança pública de Ponta Porã, “o setor de investigação da polícia paraguaia está trabalhando profundamente, a fim de que os culpados possam ser responsabilizados. A polícia brasileira foi contatada e está fazendo um trabalho de cooperação em busca das imagens que possam revelar quais as pessoas que estiveram em Ponta Porã e que relação elas podem ter com o crime”.
Fonte: Diário do Sertão