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Hospital Veterinário da UFCG, em Patos, emite nota de esclarecimento sobre aumento de casos da Esporotricose e denúncias de falta de EPIs e insumos
03/11/2022 10h30
Por: PATOS ONLINE Fonte: Patosonline.com

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Acerca da denúncia veiculada neste portal de notícias no dia 01/11/2022, venho como Chefe do Setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário Universitário (HVU), foco da discussão em si, apresentar alguns esclarecimentos à nossa comunidade acadêmica e sociedade patoense em geral.

A esporotricose é uma doença ocasionada por um fungo que habita solo e plantas, sendo esse a fonte de contágio para animais, em particular os gatos, e o homem. O homem se contamina através de arranhaduras provocadas pelo seu animal de estimação, que tem o hábito de arranhar plantas e daí se contaminar, mas também pode se contaminar manuseando o solo de jardins e plantas contaminadas pelo fungo. É uma doença de grande importância na saúde pública devendo deixar Médicos e Veterinários atento para lesões de pele tanto nos gatos como em seus tutores.

Sobre a denúncia em si, apesar de considerar importante a manifestação desses alunos sobre o tema, a informação apresentada de carência de insumos e de contaminação de pessoas do setor deveria ter sido inicialmente confirmada com os responsáveis pelo HVU para que fosse possível esclarecer a situação per si. Nosso Hospital possui equipamentos de proteção individual (EPI), tais como protetores faciais, aventais descartáveis e luvas descartáveis, para serem empregados particularmente em casos como esses. O quantitativo é pouco, concordo, mas em suficiente para ser empregado nestas situações. E por ser pouco devemos restringir o número de pessoas que circulam no setor onde os animais contaminados com a esporotricose encontram-se internados. Porém, temos alunos que não estão devidamente informados sobre a conduta correta com esses animais, daí se expondo de forma incorreta.

Os Residentes que atuam em nosso hospital podem vir a se contaminar de forma acidental devido a sua exposição mais contínua às diversas enfermidades que são atendidas no setor, até mesmo no momento da consulta clínica. O que reforça a necessidade de todos se protegerem de forma mais eficiente durante os atendimentos.

Tomei ciência de um aluno em particular que recentemente apresentou lesões SUSPEITAS de esporotricose, mas que não havia nos procurado para comunicar o fato até então. Após ser comunicado procurei a Direção do HVU para verificarmos que providências serão tomadas, em caráter de urgência, para esse aluno. Também solicitei à nossa Médica Veterinária, técnica do setor, que providenciasse a exposição de protocolos mais rígidos para serem empregados durante o manuseio desses animais pelos Médicos Veterinários Residentes, alunos e demais pessoas que frequentam este setor de internamento.

Importante ressaltar que a doença esporotricose na cidade de Patos, apesar de vários animais terem sido atendidos em nossa instituição, não se caracteriza como um surto e portanto não deve deixar a sociedade preocupada, mas serve como alerta aos órgãos públicos de saúde do município. Por fim, esclareço que o internamento de animais portadores de quadros graves da doença ocorre para reduzir o risco de contaminação e disseminação da doença para tutores e familiares, principalmente aqueles mais vulneráveis, como idosos e portadores de doenças crônicas de caráter imunossupressivas.

Agradeço o espaço liberado por este órgão de imprensa para responder os questionamentos feitos e aproveito para destacar o trabalho executado pelo nosso Hospital Veterinário, em particular pelo corpo clínico, funcionários, professores e alunos, pelo bem da saúde animal e humana em nossa região.

Prof. Dr. Almir Pereira de Souza
Chefe do Setor de Clínica Médica de Pequenos Animais
Hospital Veterinário Universitário Prof. Ivon Macedo Tabosa
Universidade Federal de Campina Grande

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