O Campeonato Paraibano Betino 2023 não realizou nem metade dos jogos da sua primeira fase, e um detalhe tem chamado atenção em meio às estatísticas de gols, assistências, cartões. Em apenas cinco rodadas (incompletas ainda), já foram feitas sete trocas de técnicos.
Apenas Auto Esporte-PB, CSP, Sousa e Treze continuam com os mesmos treinadores desde o início da competição. Mas Botafogo-PB, Campinense, Nacional de Patos, Queimadense, São Paulo Crystal e Serra Branca já trocaram pelo menos uma vez de técnico. O Tricolor de Cruz de Espírito Santo já fez essa "manobra" duas vezes em apenas cinco jogos.
Confira as trocas de técnico que aconteceram:
Apesar de o Campeonato Paraibano de 2023 já estar indo para a sua sexta rodada, apenas 19 jogos foram disputados, já que seis partidas adiadas no início da competição ainda não foram realizados. Ou seja, para critérios de proporção, podemos considerar que há mais de uma troca de técnico por rodada, ou que um treinador é substituído a cada três jogos (menos que isso, na verdade).
Flávio Araújo abriu a dança dos técnicos, sendo demitido do Campinense após a derrota por 2 a 1 para o São Paulo Crystal, na rodada #2. Ele foi substituído por Leston Júnior.
Um dia depois, o técnico do próprio São Paulo Crystal, Bruno Araújo, pediu para sair alegando problemas pessoais, e Robson Ferreira assumiu interinamente.
O Nacional de Patos demitiu Lamar após a derrota por 1 a 0, também para o São Paulo Crystal, na rodada #3. O detalhe é que Flávio Araújo, demitido do Campinense dias antes, acabou indo para o Canário.
Ainda no São Paulo Crystal, após comandar o clube por dois jogos, o interino Robson Ferreira voltou para o cargo de auxiliar, pois Higor César foi anunciado como treinador do Carcará.
A rodada #4 derrubou dois técnicos: Cipriano Alexandre deixou a Queimadense após empatar em 1 a 1 com o Serra Branca e, mais tarde, anunciou Hélio Cabral; e Moisés Egert foi demitido pelo Botafogo-PB depois do terceiro empate no estadual, sendo substituído por Francisco Diá.
Por fim, o Serra Branca demitiu Marcelinho Paraíba após a derrta para o Treze, já na rodada #5, e, no mesmo dia, anunciou a contratação de Sérgio China.
Para Pedro Pereira, um dos comentaristas do Jornal da Paraíba na cobertura do Campeonato Paraibano, falou que o calendário atípico de 2022, ainda por conta da Copa do Mundo no Catar, pode ter sido um fator que atrapalhou o planejamento dos clubes.
— Por conta da Copa do Mundo, o encerramento da temporada 2022 e o início da temporada 2023 foi, de certa forma, atípica para os clubes. Muito por isso, as falhas de planejamento, algo até certo ponto recorrente, ficaram ainda mais evidenciadas. Com a eclosão dos problemas, os clubes têm buscado, através da troca de comando salvar as pretensões para este início de ano.
Já Tiago Loureiro, que também é comentarista do Jornal da Paraíba, além da falta de planejamento, a contratação de técnicos que não conhecem a realidade do futebol local é um fator que contribui para isso.
— A falta de planejamento é o que levo em consideração para essas trocas repentinas de treinadores. As equipes contratam treinadores, exigem deles um resultado muito rápido, mas às vezes não dão as devidas condições para que os trabalhos deles sejam bem-sucedidos. Há também escolhas erradas, trazem treinadores vindo de outros centros, que não conhecem a realidade do futebol local, não conhecem a forma de jogar no futebol da Paraíba. Então falta também os clubes trazerem treinadores que conhecem mais o mercado local — explicou Tiago.
É um início de Campeonato Paraibano atípico e movimentado, mostrando falhas de planejamento e também fragilidade. Resta saber se mais alguém cairá no decorrer da competição, ou se por agora já basta.
Fonte: ge PB