Quatro crianças indígenas que ficaram desaparecidas por mais de cinco semanas na selva do sul da Colômbia, após sobreviverem a um acidente de avião que matou sua mãe, estão em um estado de saúde “aceitável”, disse o governo neste sábado (10).
Os irmãos foram encontrados na sexta-feira (9) na província de Caquetá após semanas de buscas por militares, comunidades indígenas e outros, e foram inicialmente tratados por médicos militares antes de serem transportados para um hospital militar na capital Bogotá.
O presidente Gustavo Petro, sua família e outras autoridades visitaram as crianças no hospital na manhã de sábado, com Petro dizendo no Twitter que o resgate foi um exemplo de diferentes grupos se unindo para o bem comum.
“Em geral, o menino e as meninas estão em um estado aceitável. De acordo com os relatórios médicos, eles estão fora de perigo”, disse o ministro da Defesa, Ivan Velasquez, durante entrevista coletiva após a visita.
As crianças ainda não conseguem comer, acrescentou, mas estão sendo hidratadas e estabilizadas.
“Eles estão muito magros, mas sei que estão em boas mãos”, disse o avô das crianças, Fidencio Valencia, a jornalistas ao deixar o hospital. “Nunca esperávamos encontrá-los tão bem.”
Velasquez reconheceu a mais velha dos irmãos, uma menina de 13 anos, por sua bravura. A mais nova das crianças completou um ano enquanto estava na selva, enquanto seu irmão completou cinco anos, disse ele. A outra irmã tem nove anos.
Os irmãos tiveram algumas picadas de insetos e outros ferimentos leves, disse o major-general Carlos Rincon, mas “as condições de risco de vida estão descartadas”.
Pistas sobre o paradeiro dos irmãos foram relatadas por semanas enquanto a busca, apelidada de Operação Esperança, continuava.
Wilson, um dos cães militares que participou da operação, está desaparecido, mas estão sendo feitas tentativas para encontrá-lo, disseram os militares.
Nas fotos compartilhadas pelos militares da Colômbia, as crianças aparecem magras.
Não está claro se eles já se reuniram com o pai, Manuel Ranoque, que não estava no avião e participou das buscas.
A provação começou na madrugada do dia 1º de maio, quando a aeronave Cessna 206, com sete pessoas, que fazia o trajeto entre o aeroporto de Araracuara, em Caquetá, e San José del Guaviare, cidade da província de Guaviare, emitiu um alerta de socorro por falha no motor.
Três adultos, incluindo o piloto e a mãe das crianças, morreram no acidente e seus corpos foram encontrados dentro do avião.
Carolina Pulic e Luis Jaime Acosta da Reuters