Senadores da oposição sugeriram o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, por declarações no Congresso da União Nacional dos Estudantes. Em meio a vaias de um grupo contrário à presença dele, Barroso declarou que a democracia que derrotou o Bolsonarismo permite opiniões divergentes. O senador Hamilton Mourão, do Republicanos do Rio Grande do Sul, ex-vice-presidente da República, criticou a manifestação do magistrado.
"Quando a gente vê um ministro da Suprema Corte declarar ostensivamente que nós vencemos o bolsonarismo ... tem justiça nesse país? Não tem! E nós aqui, nós parlamentares temos o dever de enfrentar isso", disse Mourão.
Ao citar telefonemas de senadores para que se posicionasse, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou o respeito ao ministro do STF, mas declarou que as manifestações foram inoportunas.
"Mas, de fato, devo registrar que tão inadequado quanto o ataque já sofrido pelo ministro do Luís Roberto Barroso, a quem aqui manifesto meu profundo respeito, também evidentemente foi muito inadequada, inoportuna, infeliz a frase, a fala do ministro Barroso no evento da UNE em relação a um segmento político, uma ala política a qual eu não pertenço, mas, que é uma ala política. A arena política se resolve com as manifestações políticas e com a ação poltica dos sujeitos políticos", disse Pacheco.
Rodrigo Pacheco espera uma retratação por Luís Roberto Barroso. O presidente do Senado destacou que vai analisar com independência qualquer pedido de impeachment contra o ministro. De acordo com nota do STF, as palavras ditas pelo ministro Barroso "se referiam ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”.
Barroso afirmou, por meio de nota, nesta quinta-feira (13) que se referia ao extremismo golpista e violento que se manifestu em 8 de janeiro. Disse ainda que não pretendeu ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente.
Fonte: Rádio Senado