O número de mortes provocados pelo terremoto que atingiu o centro Marrocos aumentou para 1.037, conforme informou a televisão estatal neste sábado (9), citando o Ministério do Interior do país.
O país foi atingido por tremores de 6,8 de magnitude na noite da sexta-feira (8), conforme informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O abalo causou pânico entre os residentes e turistas em Marrakech.
Esse terremoto foi o mais forte a atingir aquela parte do país norte-africano em mais de 100 anos, segundo o Serviço Geológico dos EUA.
O epicentro do terremoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 km, a cerca de 72 km a nordeste de Marrakech, pouco depois das 23h, no horário local (19h de Brasília), segundo o órgão.
A Seleção Brasileira Pré-Olímpica de futebol estava no Marrocos durante o terremoto que atingiu o país neste sábado, conforme informou à CNN a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Em nota, a CBF relatou que atletas e integrantes da delegação sentiram os tremores e tiveram que deixar às pressas os quartos que ocupavam em um hotel na cidade de Fez. Eles foram levados para piscina do hotel e puderam retornar ao interior do edifício uma hora após o evento. Ninguém ficou ferido durante os tremores.
O time do Brasil está no país porque havia disputado, na quinta-feira (7), um amistoso contra a equipe sub-23 Marrocos que marcava o início da preparação do ciclo olímpico. Os marroquinos, atuais campões da Copa da Liga das Nações Africanas, venceram o jogo por 1×0. Um novo amistoso entre os times está marcado para segunda-feira (11).
As equipes de resgate no Marrocos estão tendo dificuldade para chegar às áreas mais afetadas pelo terremoto que atingiu o país, porque as estradas próximas estão danificadas e bloqueadas, informou a TV estatal Al Aoula.
Enquanto isso, o Centro de Transfusão de Sangue e Hematologia do Marrocos pediu à população que doe sangue para ajudar as vítimas.
Segundo o órgão, o número de feridos e o tipo de ferimentos significam que as bolsas de sangue serão necessárias o mais rápido possível.
Benjamin Brown, membro da equipe da CNN que estava em Marrakech quando ocorreu o terremoto, disse que demorou um pouco para que as pessoas nas proximidades entendessem o que estava acontecendo.
Ele afirmou que ele e outras pessoas deixaram o hotel depois de sentir os tremores e se dirigiram para um terreno aberto. No início, segundo Brown, a maioria das pessoas – incluindo algumas ainda de pijama – parecia calma.
“E então, alguns minutos depois, os gritos começaram”, lembrou ele.
O pânico tomou conta quando as pessoas começaram a notar seus ferimentos, disse Brown, que falou por telefone à redação da CNN com Michael Holmes.
“Alguns deles pareciam ter ferimentos graves na cabeça com muito sangue, na verdade, tão graves que pelo menos em um caso uma ambulância teve que recusar uma mulher ferida, porque estavam com capacidade total”, pontuou.
Posteriormente, muitas pessoas decidiram acampar durante a noite, disse Brown. “Cena absolutamente chocante para Marrakech”, acrescentou.
Havia muitos edifícios parcialmente destruídos, alguns com os telhados arrancados e as janelas de vidro quebradas, relatou Brown, e partes das muralhas históricas de Marrakech estavam desmoronando.
O terremoto danificou partes das muralhas históricas de Marrakech, de acordo com a TV estatal Al Aoula do país.
As fortificações são um conjunto de muralhas defensivas que circundam os bairros históricos de Marrakech e foram construídas pela primeira vez no início do século XII.
Diversos líderes mundiais falaram sobre o terremoto que atingiu o Marrocos na sexta-feira (8) e deixou centenas de mortos. Muitas autoridades ofereceram ajuda ao país africano.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, enviaram condolências ao povo marroquino antes da cúpula do G20, em que participam, na Índia.
“Estas são notícias terríveis do Marrocos. Nestas horas difíceis, nossos pensamentos estão com as vítimas do terremoto devastador”, escreveu Scholz neste sábado (9) no X, anteriormente conhecido como Twitter.
Von der Leyen também expressou sua solidariedade: “Meu coração está com o povo marroquino diante do terrível terremoto que ceifou centenas de vidas na noite passada”.
Ela destacou que seus pensamentos estão com as famílias das vítimas e dos feridos, desejou-lhes uma rápida recuperação e elogiou as equipes de resgate por seu “trabalho admirável”.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, iniciou seu discurso de abertura da Cúpula do G20 neste sábado oferecendo suas “sinceras condolências a todos os afetados” pelo terremoto.
“É meu desejo que todos os feridos se recuperem rapidamente. Neste momento difícil, os meus pensamentos estão com Marrocos e estamos preparados para oferecer toda a assistência possível”, declarou.
Fonte: CNN Brasil, com informações da Reuters e da CNN Internacional