Centenas de corpos de pessoas que morreram durante os ataques do Hamas contra Israel ainda precisam ser identificados, e, mesmo utilizando tecnologia avançada, o reconhecimento é demorado devido ao estado em que alguns foram encontrados, explicou à CNN nesta segunda-feira (16) o Major Rafael, brasileiro que atua no Exército israelense.
Segundo Rafael, pessoas foram encontradas queimadas e com as mãos amarradas, por exemplo.
O militar explicou que ele integra a promotoria militar, como advogado do comando central de Israel. A comunicação das mortes para as famílias ficaria a cargo da polícia israelense, mas, devido às proporções do ataque, o Exército está auxiliando na tarefa. E isso inclui Rafael.
“Foram convocados dezenas de oficiais na missão de acompanhar as famílias enlutadas dos civis que foram mortos. (…) Um oficial que tem esse tipo de missão no Exército de Israel tem uma preparação de meses, e nós tivemos uma preparação de quatro horas”, destacou.
Ele pontuou que essa é uma missão “muito difícil, mas importante”. “Bater na porta na casa de uma família e dar um aviso tão trágico faz com que nós nos sentíssemos como o anjo da morte dessas famílias”, afirmou.
O major também comentou sobre um caso em que teve que comunicar uma família da morte de um casal. Os filhos deles, bebês gêmeos de 10 meses, sobreviveram porque foram escondidos em um bunker.
Por fim, Rafael observou que grupos como o Hamas são “perigo para todo o mundo”, mas que o povo judeu está unido de uma forma única nos últimos anos.
Tiago Tortellada CNN