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Grave: águas da transposição do Rio São Francisco não estão chegando ao açude de Boqueirão e especialista suspeita de desvios no percurso
O especialista levanta a hipótese de que parte da água está sendo desviada pelo leito do Rio Paraíba, indicando que a evaporação por si só não seria responsável por essa disparidade.
19/11/2023 08h00
Por: PATOS ONLINE Fonte: Por Patosonline.comCom informações de Severino Lopes/PB Agora

O projeto de transposição do Rio São Francisco, considerado por muitos como a redenção do Nordeste, enfrenta um novo desafio na Paraíba. O açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, que havia se beneficiado da transposição para sair do volume morto em 2017, agora se depara com uma situação crítica.

De acordo com o especialista em recursos hídricos, Isnaldo Cândido, as águas do Rio São Francisco, que chegam à cidade de Monteiro, não estão sendo direcionadas para o açude Epitácio Pessoa, localizado a cerca de 140 quilômetros de distância. Segundo ele, enquanto em Monteiro chegam aproximadamente 2 mil litros por segundo, em Boqueirão, a entrada de água é praticamente nula.

O especialista levanta a hipótese de que parte da água está sendo desviada pelo leito do Rio Paraíba, indicando que a evaporação por si só não seria responsável por essa disparidade.

O açude Epitácio Pessoa, com capacidade para armazenar mais de 411 milhões de metros cúbicos de água e atualmente com 39,75%, voltou a receber as águas do São Francisco há dois anos, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), após a abertura das comportas do açude de Camalaú, que faz parte do projeto de transposição pelo Eixo Leste no Cariri paraibano.

A água da transposição do Rio São Francisco chegou à cidade de Monteiro, na Paraíba, através do eixo leste. Neste trecho, a água é captada na cidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco e viaja por 208 quilômetros até chegar à cidade paraibana. As águas chegaram a Monteiro, no dia 8 de março daquele ano.

A transposição, inicialmente vista como uma solução para evitar o colapso no abastecimento de Campina Grande e cidades vizinhas, não tem cumprido suas expectativas na recarga do açude Epitácio Pessoa. O manancial, que chegou a 2,9% de sua capacidade durante a crise hídrica em 2017, dependeu, nos últimos anos, principalmente das chuvas para recuperar seu nível.

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) de Boqueirão está monitorando a situação, mas a comunidade local expressa preocupação com a possibilidade de uma nova crise hídrica na região.

Por Patosonline.com
Com informações de Severino Lopes/PB Agora