Nesta quarta-feira (31), a redação do Patosonline.com foi procurada pela cidadã Vitória, residente na cidade de São José de Espinharas, fazendo uma denúncia referente ao SAMU do município após um atendimento na última segunda (29). Vitória disse que sofre com problemas de alergia e se digiriu ao PSF, mas no momento não havia médico e ao passar pela sede do SAMU foi acolhida pelas equipes de plantão.
Após contato com o médico plantonista do Serviço, as enfermeiras foram orientadas a aplicarem um Fernergan (indicado no tratamento dos sintomas das reações alérgicas) e uma dexametasona (utilizada para aliviar inflamações e tratar doenças como a artrite reumatoide, alergias e asma).
Vitória disse que quando foi ser aplicada a injeção Fernergan estava em pé na ambulância recebendo a dexametasona pelo acesso intravenoso com agulha de scalp e acabou desmaindo com a dor. Ela foi informada pela enfermeira que a agulha havia sido retirada no momento do desmaio.
A paciente disse que foi então levada para o Hospital Regional de Patos, onde recebeu medicação para alergia e foi orientada que ficasse em observação durante a noite na unidade: "Como eu tenho família aqui, ele (o médico) me liberou para ir à casa de uma prima para que eu pudesse ficar lá de observação e fiquei lá sendo monitorada por minha prima que é enfermeira", disse.
Vitória disse que durante a madrugada não parava de sentir dor de cabeça e pediu para sua prima levá-la de volta ao hospital, pois havia algo inchando em sua mão e seria a agulha de scalp: "Eu vim até o hospital e chegando aqui o médico olhou, disse que não tinha agulha, eu exigi um raio-x, mas ele não fez, porque não tinha visto nada. Eu voltei pra casa, dormi, e no dia seguinte vi a ponta da agulha de fora, fui tentar tirar com um alicate de unha, juntamente com minha prima, mas a agulha entrou mais pra dentro", relatou.
Após isso, ela informou que retornou ao hospital por volta das 09h30min de ontem (31) e outro médico cirurgião pediu imediatamente um raio-x, sendo constatado um corpo estranho na mão. Diante do caso, o médico fez um corte com três pontos e passou cerca de 1h tentando retirar, mas não conseguiu inicialmente.
Posteriormente, um novo procedimento foi feito por outro médico e após mais de 1h30min, a agulha foi enfim removida da mão e a paciente recebeu alta do Hospital Regional.
Sobre o assunto, o assessor jurídico do município, advogado Héber Tiburtino, informou que a prefeitura, ao tomar conhecimento da denúncia em relação a uma possível conduta negligente de alguns servidores, abriu um procedimento investigativo e os servidores que atenderam a paciente já foram notificados, além disso, o Hospital Regional de Patos também será oficiado.
"No tempo breve, nós iremos buscar trazer para a população o que de fato realmente aconteceu. Se foi realmente um ato de negligência ou se está sendo um ato com fins eleitoreiros, o que a gente espera que isso não seja verdade", disse o advogado.
Ouça mais detalhes abaixo:
Ainda sobre o assunto, o coordenador regional do SAMU em Patos, João Albuquerque, disse que a condução das investigações fica a cargo da base descentralizada de São José de Espinharas. Contudo, a coordenação regional do serviço fará também uma apuração detalhada.
Ele destacou que sendo evidenciada a conduta, caberá, inclusive, uma denúncia ao COREN-PB, mas é algo que se revolve com a própria base descentralizada, familiares, paciente e a instituição que atendeu-a, no caso, o Hospital Regional, para montar um procedimento administrativo mais detalhado.
João ressaltou que a apuração deve ser feita com bases técnicas, deixando de lado qualquer questão política.
Por Patosonline.com