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Sem Nabor, Câmara abre trabalhos legislativos de 2024 com cobranças de vereadores da oposição sobre investigação que apura desvios na Secretaria da Receita
A expectativa se dava pela presença do prefeito Nabor Wanderley (Republicanos), para levar a mensagem do poder executivo ao legislativo patoense, no entanto, apesar do convite feito pela presidente da Casa, Tide Eduardo, o gestor não compareceu à sessão.
16/02/2024 12h33
Por: PATOS ONLINE Fonte: Por Patosoline.com
Foto: Reprodução

A Câmara Municipal de Patos iniciou nesta quinta-feira, 15 de fevereiro, os trabalhos legislativos de 2024, e a primeira sessão ordinária já mostrou como será o clima na Casa de Juvenal Lúcio de Sousa neste ano eleitoral.

A expectativa se dava pela presença do prefeito Nabor Wanderley (Republicanos), para levar a mensagem do poder executivo ao legislativo patoense, no entanto, apesar do convite feito pela presidente da Casa, Tide Eduardo, o gestor não compareceu à sessão.

Na tribuna, os vereadores de oposição elevaram o tom e levaram cartazes cobrando esclarecimentos da gestão municipal sobre as investigações que apuram suposto desvio de cerca de R$ 21 milhões na Secretaria da Receita e Administração Tributária, conforme foi noticiado pela imprensa estadual.

Durante sua fala, o vereador Jamerson Ferreira (PSC), ao citar a investigação, lembrou do afastamento de Francisca Motta e Dinaldinho Wanderley, ex-prefeitos de Patos que foram destituídos do cargo também durante apuração de supostos desvios e esquemas.

“Por muito menos eu vi Francisca Motta ser afastada da prefeitura, até hoje não tem nada comprovado contra Chica Motta. Por muito menos em legislações passadas eu vi gente pedindo a cassação de Dinaldinho, também não estou aqui a pedir cassação de prefeito", disse.

Outro parlamentar de oposição que discursou de forma enfática sobre o caso foi Josmá Oliveira (PL). Ele cobrou mais transparência sobre as investigações, informando que procurou o Ministério Público para pedir a entrada do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) no caso e a apreensão de todos os discos rígidos, HDs, SSDs e computadores da Prefeitura Municipal de Patos. Além disso, Josmá afirmou que colegas vereadores podem estar envolvidos no suposto esquema.

"Minha pauta principal na noite de hoje, é para cobrar transparência do suposto esquema de desvio de dinheiro público, dos pagamentos dos IPTUs, que não entraram nas contas da prefeitura. Não entraram nos cofres públicos, se não caiu nos cofres da prefeitura, caiu no bolso de alguém. Onde está esse dinheiro? Quanto realmente é? Quem está envolvido, quantas pessoas? Precisamos de respostas senhor prefeito", cobrou o parlamentar.

"Ministério Público, investigue, queremos o GAECO na prefeitura, fiscalizando os fiscais, os agentes da pasta, os políticos, até os vereadores. Estou sabendo que tem vereadores desta Casa, que estão envolvidos e que os mesmos possam se posicionar. Eu mesmo se for chamado vou com maior prazer, eu não devo nada, eu não participei de nenhum esquema, mas, quero a verdade, quero que o dinheiro do povo que foi desviado, ou não foi? Cadê o dinheiro, o gato comeu? Quero explicação do paradeiro desses recursos", concluiu Josmá.

Ainda na sessão, o vereador Sargento Patrian (REDE) apresentou três requerimentos, convocando o prefeito, atual secretário e ex-secretário da Receita e Administração Tributária, para comparecerem à Câmara Municipal e prestar esclarecimentos sobre o caso, no entanto, ambos foram derrotados por 11 votos a 4.

"A gente sabe que a blindagem existe e a gente vem fazendo o nosso trabalho de oposição, quando a gente traz vem com algo concreto, porque não estamos aqui só pra falar por falar, isso aqui não sou eu que tô falando, já está na rede paraibana e futuramente estará na rede nacional, mais uma vez maculando a imagem da cidade de Patos. [...] Sigilo em uma coisa pública? A gente tem que trazer e botar a limpo", disse Patrian.

Pelo lado da situação, o vereador e líder do prefeito na Câmara, Sales Júnior (Republicanos), fez uso da tribuna e rebateu que haja falta de transparência, alegando que a própria gestão convocou o Ministério Público para que apure o possível desvio. Além disso, negou também que esteja havendo sigilo de informações e documentos.

"Foi a própria gestão que provocou o Ministério Público, fez todo o levantamento da situação e no dia 17 de janeiro a prefeitura acionou o próprio MP e deu entrada, para que possa investigar, apurar realmente, essa possível situação que está acontecendo aqui no nosso município. Dizer também que não existe nenhum sigilo, nem de informações e nem de documentos, entre Ministério Público e Prefeitura. Está tendo essa apuração, esses fatos estão sendo colhidos, já houve duas reuniões entre o MP e Prefeitura, tratando justamente desse assunto, o processo corre em segredo de justiça, pelo Ministério Público, só que não existe sigilo entre informaçõs e documentos", comentou Sales Júnior.

Por Patosoline.com