As ações da Petrobras provocaram um estrago e tanto no pregão da Bolsa brasileira (B3) desta sexta-feira (8/3). Elas despencaram pouco mais de 10%. Com isso, a empresa perdeu R$ 55,3 bilhões em valor de mercado. A queda dos papéis também derrubou o Ibovespa, o principal índice da B3, que recuou 0,99%, aos 127.070 pontos.
Além disso, o dólar comercial variou de forma intensa nesta sexta-feira, apresentando alta de 0,97%, cotado a R$ 4,981, depois de ter atingido a mínima de R$ 4,951 e a máxima de R$ 4,991. Para analistas, a elevação pode ter sido impulsionada pela compra da moeda americana por parte de estrangeiros que se desfizeram de papéis da Petrobras no Brasil.
Tanto as ações ordinárias da estatal (com direito a voto nas assembleias) como as preferenciais (sem esse direito, mas com preferência nos dividendos) lideraram com larga folga as baixas do Ibovespa. Ambas tiveram reduções superiores a 10% (-10,37%, para as ordinárias, e -10,57%, para as preferenciais). A terceira queda mais expressiva foi registrada pelo Fleury, mas à distância considerável, com redução de 2,24%.
Ao longo do dia, o valor de mercado da empresa chegou a cair R$ 70 bilhões. No fim da tarde, com uma leve recuperação do preço dos papéis, ele passou para os R$ 55,3 bilhões, segundo dado do analista Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.
A queda da Petrobras ocorreu no primeiro dia útil após a divulgação do balanço da empresa, na noite de quinta-feira (7/3). A companhia registrou uma queda de 33,8% no lucro de 2023, na comparação com o resultado de 2022. Mas o mau humor dos investidores foi resultado das dúvidas lançadas sobre o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas (leia mais sobre o assunto neste link).
Estatal perdeu R$ 70 bilhões em valor de mercado nos últimos 2 dias. Agora, empresa está avaliada em R$ 474,7 bi
As ações da Petrobras (PETR3) encerraram esta sexta-feira (8) com queda de 10,37%, a R$ 36,98. Está foi a pior performance das ações ordinárias em um pregão desde 22 de fevereiro de 2021, segundo levantamento feito por Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria. Já a PETR4 terminou o dia em queda de 9,14%, a R$ 36,70, maior desvalorização em um pregão desde outubro de 2022.
No total, a petroleira perdeu R$ 54,3 bilhões em valor de mercado na sessão. Em dois dias, a desvalorização chegou a R$ 70 bilhões – agora, a empresa está avaliada em R$ 474,7 bilhões. Puxado pela derrocada da petroleira estatal, o Ibovespa também recuou, em 0,99%, aos 127.070,79 pontos.
A expressiva queda ocorre após a estatal comunicar ao mercado que não fará o pagamento de dividendos extraordinários. Em vez disso, a companhia pretende distribuir somente o mínimo estabelecido pela Política de Remuneração aos Acionistas. Ou seja, 45% do fluxo de caixa livre, um montante de R$ 14,2 bilhões. Outros R$ 43,9 bilhões da reserva estatutária devem ser represados. A decisão deve ser oficializada em à Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 25 de abril de 2024.
Fonte: Metrópoles e O Estadão