Policiais do Equador invadiram a Embaixada do México em Quito e prenderam, nessa sexta-feira (5/4), o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas (foto em destaque). Ele foi condenado a 6 anos de prisão por corrupção em um caso que envolve a Odebrecht e tinha recebido asilo político do governo mexicano.
A invasão causou reação imediata do presidente do México, López Obrador. Ele anunciou, na madrugada deste sábado (6/4), que suspendeu as relações diplomáticas com o Equador.
O ex-vice-presidente recebeu asilo político do México e estava na embaixada desde dezembro do ano passado. Ele alega ser vítima de uma “perseguição” da Procuradoria-Geral do Equador.
Pelas redes sociais, Obrador disse ter sido informado da invasão pela Secretaria de Relações Exteriores. Ele afirmou ainda que o caso é uma violação do direito internacional e da soberania do México.
“Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador.
A Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, publicada em 1961, prevê que os locais de missões de um país dentro de um outro — como embaixadas e consulados — são considerados invioláveis. Equador e México aderiram à regra ainda na década de 1960.
Considerado culpado de receber propina da construtora Odebrecht em troca da concessão de contratos governamentais, Jorge Glas foi condenado a 6 anos de prisão em 2017.
Crise diplomática
Equador e México vivem uma crise diplomática, que se agravou recentemente. Na última quinta-feira (4/4), a embaixadora do México no país foi declarada “persona non grata” após o governo afirmar que o presidente mexicano fez comentários “infelizes” sobre as eleições equatorianas de 2023.
Nessa sexta, um contragolpe. O governo do México anunciou que tinha concedido asilo político a Glas.
Metrópoles