As contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 48,7 bilhões em fevereiro deste ano, o equivalente a 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta sexta-feira (5).
O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Em caso contrário, há superávit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Ao mesmo tempo, a dívida bruta subiu 0,4 ponto percentual no mês passado, para 75,5% do PIB – o maior patamar desde junho de 2022, ou seja, em pouco mais de um ano e meio.
De acordo com o BC, o déficit de fevereiro das contas públicas representa o pior resultado para esse mês, tanto em valores correntes quanto na proporção do PIB, desde o início da série histórica em dezembro de 2001.
O resultado das contas públicas em fevereiro está relacionado, entre outros fatores, com o pagamento de R$ 30 bilhões em precatórios (valores que o governo deve a uma pessoa física ou jurídica e que devem ser pagos após decisões da Justiça) pelo Tesouro Nacional.
Dívida pública
A dívida do setor público consolidado registrou alta de 0,4 ponto percentual do PIB, passando de 75,1% do PIB, em janeiro deste ano, para 75,5% do PIB em fevereiro – o equivalente a R$ 8,3 trilhões.
O atual patamar é o mais alto desde junho de 2022 – quando somou 75,6% do PIB. Ou seja, é o maior nível em pouco mais de um ano e meio.
O reequilíbrio das contas públicas é considerado importante pelo mercado financeiro para evitar uma disparada da dívida brasileira – indicador que é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco.
G1
(Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)