Repercutiu bastante a aprovação em duas votações por 12 votos a 4, dos Projeto de Lei 040/24, e 041/2024, concluídas na última terça-feira, 23 de abril, que fixam o valor do subsídio do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais, bem como dos vereadores e do presidente da Câmara Municipal de Patos, para o exercício 2025 a 2028.
Os projetos entraram em pauta na sessão da quinta-feira passada, 18 de abril, e foram aprovados nas duas votações pelo placar de 12 votos a 4, com ampla aprovação da base do prefeito, Nabor Wanderley, e votos contrários dos vereadores da oposição. Apenas a presidente da Câmara, Tide Eduardo, não precisou manifestar o seu voto.
No campo teórico, criou-se a expectativa sobre qual efeito esse resultado poderia gerar na campanha eleitoral e nas eleições de outubro, uma vez que é fato comum imaginar que a elevação de salários dos agentes públicos não é uma ideia simpática ao eleitorado de Patos ou, por via de regra, de qualquer município do Brasil.
Os dois projetos prevêem aumento de R$ 17.000 para R$ 25.000.00 no subsídio do próximo prefeito de Patos; de R$ 8.500,00 para R$ 17.000,00 o valor do salário do vice-prefeito; de R$ 10.021,00 para R$ 17.000,00 para os vereadores; e uma remuneração de R$ 13.000,00 para os secretários municipais.
Mas o que isso importa na hora de definir o voto? Posso estar redondamente enganado, mas não acho que o eleitor, independente de qual camada social esteja, vai utilizar o resultado dessa votação como critério para definir em quem votar no próximo pleito.
Sendo bem prático, isso não fará com que nenhum dos 12 vereadores que votaram a favor perca o seu capital político, ou mesmo os de oposição venham aumentar, pois isso acontecerá na prática, com o reflexo direto do trabalho e da conjuntura política que for interpretada pelo eleitor até o dia 6 de outubro.
Receber aumento nos subsídios a partir de 2025, também não fará o eventual candidato da situação, que deve ser o prefeito Nabor Wanderley, ou das oposições, representadas hoje por Ramonilson Alves, Priscila Lima e Edileudo Lucena, ganhar ou perder votos nesta eleição, pois o novo valor se aplicará a qualquer um deles que for eleito, como também para os parlamentares, pois as cadeiras do prefeito, do vice e dos 17 vereadores terão que estar ocupadas, e quem estiver lá, será agraciado por ele.
Para quem utiliza uma análise social mais criteriosa para definir seu voto, o conhecimento de ideias, propostas, da capacidade, do histórico político e ideológico dos candidatos, e serão fatores determinantes para definir a preferência do eleitor. Lamentável, no entanto, que um percentual pequeno do eleitorado define seu voto por situações assim.
Particularmente, não acredito mais do que algumas centenas de eleitores sendo capaz de trazer esse tema à tona dentro da campanha eleitoral, pois a esmagadora maioria dos patoenses estará preocupada em apresentar seus pleitos pessoais aos candidatos, o que é o preço da maioria dos eleitores, é claro, e não questioná-los se eles foram contra ou a favor do aumento, e que destino, além do bolso, darão a esse dinheiro.
Assim sendo, a ordem agora é definir estratégias, trabalhar uma boa articulação e espremer leite de pedra para encontrar os votos necessários a uma eventual vitória, com a perspicácia de entender qual a mensagem que agradará o ouvido dos eleitores patoenses, e conquista-los até 6 de outubro.
Quem avisa amigo é. Se alguém tiver no pensamento de que o aumento do salário pode gerar um impacto significativo no resultado das urnas, é bom ir tirando o cavalo da chuva agora, para não ficar com uma grande frustração depois.
Por Genival Junior