Patos é a cidade da Paraíba com mais abalos sísmicos nos últimos quatro anos, aponta estudo da UFRN
A cidade de Patos, no Sertão, foi a mais afetada, com seis tremores registrados. Juazeirinho, Campina Grande e Picuí também apresentaram significativa atividade sísmica, com cinco, quatro e três abalos, respectivamente.
09/06/2024 09h00Atualizada há 6 meses
Por: Felipe VilarFonte: Patos Online com ClickPB
Foto: Divulgação/Sebrae
A Paraíba registrou 47 eventos sísmicos entre novembro de 2020 e janeiro de 2023, conforme dados divulgados pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis UFRN). A cidade de Patos, no Sertão, foi a mais afetada, com seis tremores registrados. Juazeirinho, Campina Grande e Picuí também apresentaram significativa atividade sísmica, com cinco, quatro e três abalos, respectivamente.
Intensidade dos tremores
Os eventos de maior magnitude, medidos em 2.2, ocorreram em Patos e em Belém do Brejo do Cruz. O engenheiro André Tavares do LabSis explicou que falhas geológicas e pressões na placa tectônica do continente são os principais causadores desses tremores. Segundo ele, as falhas geológicas, que são como rachaduras no subsolo, resultam das pressões nas bordas da placa tectônica Sul-Americana, além de outros fenômenos geológicos e até antropogênicos.
A possibilidade de desastres com mortes e danos a estruturas depende da intensidade dos terremotos e da proximidade do epicentro aos centros urbanos. André Tavares destacou que no Nordeste, a população começa a sentir os tremores a partir de uma magnitude de 1.5. Ele citou o exemplo do terremoto de João Câmara, no Rio Grande do Norte, em 1986, que teve uma magnitude de 5.1 e resultou na destruição da cidade.
Perspectivas futuras
Estudos da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) indicam que terremotos de magnitude 6.2 graus podem afetar a Paraíba e outros estados do Nordeste nos próximos 50 anos. A análise do Catálogo Sísmico Brasileiro (SISBRA) considera a região Nordeste como estável em termos de abalos sísmicos, mas destaca a probabilidade de terremotos destrutivos no futuro.
Os pesquisadores apontam que terremotos com magnitudes de 4.7 a 5.1 têm uma probabilidade de 50% de ocorrência nos próximos 50 anos, o que é relevante para estruturas civis como casas e prédios. Tremores entre 5.5 e 6.2 têm uma probabilidade de 10%, o que pode afetar obras civis de grandes dimensões como barragens, parques eólicos, mineração e usinas hidrelétricas e nucleares.
Confira abaixo a relação completa de cidades com mais tremores desde 2020:
Patos – 6
Juazeirinho – 5
Campina Grande – 4
Picuí – 3
Belém do Brejo do Cruz – 2
Catolé do Rocha – 2
Esperança – 2
Gurinhém – 2
Pitimbu – 2
Pocinhos -2
Santa Luzia – 2
Alcantil – 1
Arara – 1
Barra de Santa Rosa – 1
Brejo do Cruz – 1
Caldas Brandão – 1
Itapororoca – 1
Juru – 1
Mamanguape – 1
Olho D’Água – 1
Pedras de Fogo – 1
Puxinanã – 1
Queimadas – 1
Serra Branca – 1
Sousa – 1
Taperoá – 1
Confira abaixo a relação de cidades e magnitude dos tremores:
Brejo do Cruz – 27 de janeiro de 2024, magnitude 2.0
Mamanguape – 1 de abril de 2023, magnitude 1.7
Juazeirinho – 17 de fevereiro de 2023, magnitude 1.6
Santa Luzia – 2 de fevereiro de 2023, magnitude 1.5
Alcantil – 23 de setembro de 2022, magnitude 1.8
Queimadas – 3 de setembro de 2022, magnitude 1.7
Belém do Brejo do Cruz – 29 de agosto de 2022, magnitude 1.8
Belém do Brejo do Cruz – 24 de agosto de 2022, magnitude 2.2
Taperoá – 3 de agosto de 2022, magnitude 1.6
Juazeirinho – 19 de julho de 2022, magnitude 1.5
Serra Branca – 7 de julho de 2022, magnitude 1.5
Campina Grande – 28 de junho de 2022, magnitude 1.5
Picuí – 18 de junho de 2022, magnitude 1.5
Arara – 13 de junho de 2022, magnitude 1.5
Catolé do Rocha – 3 de junho de 2022, magnitude 1.5
Puxinanã – 5 de abril de 2022, magnitude 1.5
Pocinhos – 3 de abril de 2022, magnitude 1.5
Patos – 1º de abril de 2022, magnitude 1.6 e 1.5
Gurinhém – 21 de março de 2022, magnitude 1.7
Santa Luzia – 18 de março de 2022, magnitude 1.5
Campina Grande – 26 de novembro de 2021, magnitude 1.6
Juru – 23 de novembro de 2021, magnitude 1.6
Juazeirinho – 1º de novembro de 2021, magnitude 1.8
Campina Grande – 25 de outubro de 2021, magnitude 1.6
Patos – 2 de outubro de 2021, magnitude 1.5
Catolé – 30 de setembro de 2021, magnitude 1.8
Esperança – 24 de setembro de 2021, magnitude 1.8 e 1.6
Itapororoca – 18 de setembro de 2021, magnitude 1.9
Picuí – 6 de setembro de 2021, magnitude 1.6
Olho D’Água – 10 de junho de 2021, magnitude1.9
Juazeirinho – 4 de maio de 2021, magnitude 1.4
Pitimbu – 28 de abril de 2021, magnitude 1.6
Pitimbu – 19 de abril de 2021, magnitude 1.5
Patos – 10 de abril de 2021, magnitude 2.0 e 2.2
Pocinhos – 10 de abril de 2021, magnitude 1.5
Campina Grande – 5 de abril de 2021, magnitude 1.5
Caldas Brandão (Cajá) – 8 de março de 2021, magnitude 1.8
Pedras de Fogo – 2 de março de 2021, magnitude 1.8
Sousa – 14 de janeiro de 2021, magnitude 1.5
Gurinhém – 18 de dezembro de 2020, magnitude 1.5
Barra de Santa Rosa – 2 de dezembro de 2020, magnitude 1.5
Picuí – 18 de novembro de 2020, magnitude 1.5
Patos – 11 de novembro de 2020, magnitude 1.8
Juazeirinho – 10 de novembro de 2020, magnitude 1.5
Imagem abaixo mostra registros de terremotos no Nordeste em maio: