Pessoas foram às ruas contra a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela para um novo mandato nesta segunda-feira (29), um dia após as eleições presidenciais no país.
As manifestações que acontecem na capital, Caracas, já contam com inúmeras pessoas, apoiadoras da oposição. As pessoas presentes relaram que os protestos se iniciaram de forma espontânea, sem a convocação de nenhum líder opositor.
Os opositores ainda não anunciaram os próximos passos que irão tomar, mas contestaram o resultado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que declarou Maduro vitorioso.
Na avenida Francisco de Miranda, inúmeras pessoas seguiam para se reunir na praça Altamira. Muitos manifestantes carregavam a bandeira da Venezuela e batiam panela durante o percurso.
Maduro foi anunciado vencedor da eleição no início da madrugada desta segunda-feira (29) pelo CNE, órgão alinhado a ele.
O resultado do CNE indica que Maduro venceu com 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González.
O grupo de oposição que se uniu contra a candidatura do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que houve fraude no pleito em que ele foi reeleito para um terceiro mandato.
A votação foi marcada por acusações de irregularidades. Elas incluíram o fato de ter sido negado o acesso a testemunhas da oposição à sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) enquanto os votos estavam sendo contados e a autoridade eleitoral supostamente ter impedido o processamento de novos votos.
A coligação da oposição, liderada por María Corina Machado, rejeitou a vitória de Maduro, dizendo que seus registos mostram que o candidato opositor Edmundo González recebeu 70% dos votos contra 30% de Maduro. “Ganhamos e todos sabem disso”, disse Machado.
Ela faz parte de um movimento de oposição unificado que superou as divisões internas para formar uma coligação conhecida como Plataforma Unitária Democrática. A campanha da oposição, que obteve fortes resultados nas pesquisas antes da votação de domingo, foi vista como o maior desafio ao governo de Maduro.
O Carter Center, organização que serviu como observadora das eleições presidenciais da Venezuela de domingo (28), pediu a publicação imediata dos resultados das mesas eleitorais.
“A informação contida nos formulários de resultados das assembleias de voto, transmitidos à CNE [Conselho Nacional Eleitoral], é crítica para a nossa avaliação e importante para todos os venezuelanos”, pontuou a organização.
Os Estados Unidos também pediram ao governo da Venezuela para que divulgasse “imediatamente” dados específicos sobre as eleições presidenciais, citando preocupações sobre a credibilidade da vitória de Nicolás Maduro.
“Se houver resistência em fornecer essa informação adicional, então penso que se torna muito problemático quando se trata da capacidade dos Estados Unidos ou de outros membros da comunidade internacional para julgar se estas eleições foram de fato inclusivas e credíveis”, disse um alto funcionário do governo americano.
Por fim, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, também fez um pedido de transparência nas eleições da Venezuela e incentivou a publicação dos resultados eleitorais e uma análise por seções eleitorais, segundo o porta-voz Stephane Dujarric nesta segunda-feira (29).
“O secretário-geral elogia o povo venezuelano por sua determinação em expressar sua vontade pacificamente por meio das urnas. Tomamos nota do anúncio feito pelas autoridades eleitorais, bem como das preocupações expressas por atores políticos e membros da comunidade internacional”, disse Dujarric.
Com informações da CNN.