A população do Distrito Federal respira, pelo segundo dia consecutivo, um ar com grande concentração de fumaça. A névoa que paira sobre Brasília, decorrente de incêndios criminosos em diversas partes do país, levou a capital ao quarto lugar entre as cidades mais poluídas do Brasil nesta segunda-feira (26/8).
Os dados são do site AQI, que verifica a qualidade do ar atmosférico em tempo real. A plataforma revelou que a qualidade do ar do Distrito Federal, avaliada como “ruim”, ficou atrás apenas de Araraquara (SP), Jundiaí (SP) e Osasco (SP).
Além disso, a capital federal apresenta uma concentração de partículas de poeira 2,3 vezes acima do valor-limite indicado como saudável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A fumaça visível nesses dois últimos dias é resultado dos incêndios que ocorreram ao longo da semana e também decorre das condições climáticas que dificultam sua dispersão, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).
O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) informou que, na noite de domingo (25/8), a qualidade do ar do Distrito Federal chegou à classificação “péssima”, por volta das 19h, e permaneceu assim até as 3h desta segunda-feira (26/8).
“As últimas medidas da estação mostram que houve uma pequena melhora no indicativo, mas a qualidade do ar ainda está muito ruim”, informou o instituto.
O Ibram ressaltou, ainda, que as condições meteorológicas não favoreceram a dispersão das partículas poluentes, devido à direção do vento, que vem do sul e traz fumaça de incêndios para a região, o que agrava o cenário por causa de uma situação de inversão térmica.
“Diante dessas condições, a população pode apresentar sintomas graves, como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, no nariz e na garganta, além de falta de ar e respiração ofegante. Os efeitos podem ser ainda mais graves em crianças, idosos e pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares; por isso, é importante que a população tome algumas medidas, tais como evitar esforço e prática de atividades ao ar livre, principalmente aquelas do grupo mais sensível”, destacou o Ibram.
Em razão dos possíveis riscos à saúde da concentração de fuligem na atmosfera, além da época de seca, o CBMDF deu orientações sobre o que fazer e o que evitar na situação atual.
A população deve evitar atividade física quando a umidade relativa do ar estiver baixa e o ar atmosférico estiver comprometido. A corporação também orienta quanto à importância da hidratação contínua ao longo do dia.
Para aliviar o clima seco, também se recomenda manter o ambiente familiar umedecido, com uso de umidificadores ou toalhas molhadas, por exemplo.
Em caso de incêndio, ligue 193 para acionar o CBMDF ou envie mensagem para o WhatsApp do Ibram, pelo telefone 61 992-247-202 – o número se destina ao recebimento de denúncias sobre fogo em unidades de conservação.
Samara Schwingel / Metrópoles