A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte confirmou na manhã desta quinta-feira (29) que as forças de segurança do estado prenderam mais duas pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato a tiros do prefeito Marcelo Oliveira (União Brasil) e do pai ele, Sandi Oliveira, no município de João Dias, que aconteceu última terça-feira (27).
Os dois presos foram detidos entre a noite desta quarta-feira (28) e a manhã desta quinta-feira (29) pela Polícia Militar, segundo a Sesed.
Com as novas prisões, o estado chegou ao total de 14 presos desde o início das investigações do crime: quatro presos são suspeitos de envolvimento no duplo assassinato e outros 10 estariam ligados a um plano de vingança pela morte do prefeito e do seu pai.
As primeiras duas prisões ocorreram em menos de oito horas após os assassinatos, ainda na noite da terça (27), na zona rural de João Dias. Um dos homens, que estava armado com uma espingarda, é apontado como um dos executores - um dos criminosos que teriam efetuado disparos de arma de fogo contra as vítimas. Uma arma e munições foram encontradas no carro em que ele estava.
O segundo detido era um taxista que estaria auxiliando o homem e os comparsas na fuga. No táxi, além dos dois presos, estavam mais dois suspeitos, que conseguiram fugir do cerco policial. Foram justamente esses dois que foram presos entre esta quarta e esta quinta.
O terceiro preso foi detido na noite da quarta (28), em Antônio Martins, após relatos de moradores que afirmaram ter visto um homem em atitude suspeita. Na abordagem ao homem, os policiais constataram que ele estava armado com uma pistola e possuía mandado de prisão em aberto.
Já o quarto suspeito foi encontrado e preso na manhã desta quarta-feira (29) em uma van de transporte de passageiros, em uma estrada entre Pilões e Alexandria.
Os dois últimos detidos foram conduzidos para a Delegacia de Polícia Civil de Alexandria, onde também foram autuados por participação direta no duplo homicídio. Ambos segue à disposição do Poder Judiciário.
A prisão das outras 10 pessoas aconteceu no fim da tarde de terça (27). Entre elas, havia três policiais militares (dois do Rio Grande do Norte e um do Ceará), além de um dos irmãos de Marcelo Oliveira.
O grupo estava em dois carros e foi flagrado com 13 armas de fogo, inclusive fuzis. A polícia acredita que eles buscavam vingar a morte do prefeito e do pai dele.
“Evitamos um derramamento de sangue na cidade. O grupo, muito provavelmente, tentaria se vingar da morte do prefeito”, afirmou o delegado Alex Wagner, diretor da Divisão de Polícia Civil do Oeste, responsável pela investigação.
João Dias é o terceiro menor município do Rio Grande do Norte, com pouco mais de 2 mil habitantes, segundo o IBGE. Ainda de acordo com o instituto, a cidade localizada na região do Alto Oeste, na divisa com a Paraíba, contava com apenas 294 pessoas ocupadas em 2022, com rendimento médio de 1,5 salário mínimo.
A Polícia Civil não divulgou até a última atualização desta reportagem qual seria a motivação do crime, nem seus idealizadores. Questionado se o assassinato do prefeito e seu pai poderia ter sido motivado pela disputa política, o delegado Alex Wagner, da Divipoe, não descartou a possibilidade, mas afirmou que nenhuma linha de investigação será ignorada nas investigações.
Irmão do prefeito assassinado, o presidente da Câmara de Vereadores de João Dias, Jessé Oliveira, é quem deve assumir o cargo de prefeito da cidade.
Segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN), Cornélio Alves, o motivo para o presidente da Câmara assumir é que a vice-prefeita eleita em 2020, Damária Jácome, está impedida judicialmente de executar a função.
Fonte: g1 PB