Um taxista preso suspeito de ajudar assassinos do prefeito Marcelo Oliveira (União Brasil) e do pai ele, Sandi Oliveira, no município de João Dias, na última terça-feira (27), foi um dos investigados na operação realizada pela Polícia Federal após a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró em fevereiro deste ano - a primeira na história do sistema penitenciário federal.
A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Norte nesta sexta-feira (30). O taxista foi preso horas após o assassinato do prefeito na zona rural de João Dias, junto com um outro homem, suspeito de ser um dos executores de Marcelo Oliveira. Uma arma de fogo foi apreendida no veículo.
Ainda segundo a polícia, outros dois suspeitos também estavam no carro do taxista e conseguiram fugir da polícia na ocasião, mas acabaram detidos posteriormente. Um foi preso na noite de quarta-feira (28) em Antônio Martins e outro na manhã de quinta (29) em uma van de transporte de passageiros, em uma estrada entre Pilões e Alexandria. e Oeste potiguar.
Nesta quinta-feira (29), o taxista e outros presos passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão em flagrante transformada em prisão preventiva.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o carro usado pelo taxista no dia do assassinato do prefeito foi o mesmo que ajudou um casal que teria prestado apoio comprando roupas para fugitivos Rogério Mendonça e Deibson Nascimento. O casal foi preso durante as operações de busca pelos fugitivos. Rogério e Deibson foram recapturados em abril, 50 dias após a fuga.
A secretaria, no entanto, não divulgou a identidade do preso.
Desde o duplo assassinato em João Dias, a polícia já confirmou a prisão de 14 pessoas: quatro suspeitos de envolvimento do duplo assassinato e outras 10 pessoas ligadas a um suposto plano de vingança.
Ao todo, 12 presos já passaram por audiência de custória e tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventivas.
“Evitamos um derramamento de sangue na cidade. O grupo (de 10 pessoas), muito provavelmente, tentaria se vingar da morte do prefeito”, afirmou o delegado Alex Wagner, diretor da Divisão de Polícia Civil do Oeste, responsável pela investigação.
A polícia ainda não confirmou qual seria a motivação do crime. Questionado se poderia ter relação com a disputa política, o delegado Alex Wagner afirmou que nenhuma linha de investigação estava descartada.
João Dias é o terceiro menor município do Rio Grande do Norte, com pouco mais de 2 mil habitantes, segundo o IBGE. Ainda de acordo com o instituto, a cidade localizada na região do Alto Oeste, na divisa com a Paraíba, contava com apenas 294 pessoas ocupadas em 2022, com rendimento médio de 1,5 salário mínimo.
Fonte: g1 RN