A cidade de Patos conheceu, na última segunda-feira, dia 16, o resultado da pesquisa Opinião/Rede Mais sobre a corrida sucessória ao Palácio Clóvis Sátiro, apontando a liderança do candidato do Republicanos, Nabor Wanderley, com 60% das intenções de voto na pergunta espontânea (sem a apresentação dos nomes dos candidatos) e 66,7% na estimulada (quando são apresentados os nomes dos postulantes).
O candidato do PSDB, Ramonilson Alves, aparece com 11% na abordagem espontânea e 14,9% na estimulada, enquanto Edileudo Lucena (PT) obteve 0,7% e 2,7%, respectivamente. Aline Leite (UP) registrou 0,4% na espontânea e 0,7% na estimulada.
Nas ruas, a grande questão em relação à pesquisa dos últimos dias é: o que há de verdade ou ilusão nesses números em relação ao cenário político atual da Capital do Sertão?
Primeiramente, é importante esclarecer que qualquer pesquisa com um padrão confiável – e creio que esta não seja diferente – apresenta uma realidade projetada para um universo, utilizando uma amostra de eleitores que reflete o sentimento do eleitorado pesquisado em praticamente todos os bairros da cidade.
Neste contexto, vale destacar que, como a amostragem foi realizada com 450 eleitores, foi ouvido 1 a cada 151 votantes da cidade de Patos. Cada eleitor consultado representa outros 150 que não foram ouvidos, e que, respeitando a margem de erro, manifestariam respostas semelhantes às dos entrevistados.
Ao contrário do que muitos acreditam, a amostragem não foi pequena para Patos. Se compararmos, por exemplo, com os 1.092 entrevistados pelo Datafolha em São Paulo, que tem 9.322.595 eleitores, ou com os 840 ouvidos no Rio de Janeiro, que tem 5.009.421 eleitores, podemos perceber que, proporcionalmente, mais eleitores foram ouvidos em Patos.
Considerando pesquisas semelhantes à do Opinião, podemos dizer que Patos apresenta, há pouco mais de um mês, um cenário bastante desigual e estável quanto à posição dos candidatos na preferência do eleitorado. Percebe-se um grupo muito articulado, outro ainda em formação, e duas candidaturas com grupos minoritários em suas equipes de trabalho.
Outro aspecto a ser considerado é que uma pesquisa retrata a realidade do momento em que a consulta é realizada, não sendo um exercício de adivinhação. Assim, é possível que o resultado final seja diferente do apontado, desde que os desdobramentos da campanha justifiquem essa eventual mudança. Essa regra se aplica tanto a pequenos quanto a grandes municípios, ou até mesmo a estados e ao cenário nacional, respeitando-se as particularidades da cultura política de cada lugar.
Considerando o cenário apresentado pela pesquisa Opinião/Rede Mais, de 71% a 81,6% do eleitorado patoense já declarou voto nos dois primeiros colocados, enquanto a soma dos outros candidatos, votos brancos, nulos e indecisos gira entre 29% e 18,4%, o que torna a corrida bastante desigual.
O sentimento revelado por uma pesquisa de opinião pública cientificamente correta também é percebido nas ruas por eleitores que costumam conversar com pessoas de diversas correntes políticas. Contudo, eleitores que se isolam em seus próprios núcleos políticos tendem a acreditar, de forma fantasiosa, que todos ao seu redor apoiam o mesmo candidato.
No entanto, vale lembrar que nem mesmo os votos dos candidatos estão na urna, que ainda está zerada. Assim, até que os votos sejam depositados, o tamanho dos candidatos é apenas uma suposição baseada nos elementos de uma leitura política e um grande exercício de imaginação por parte do eleitor.
Eu acredito em pesquisas e sempre faço uma distinção entre as sérias e as manipuladas. Assim como existem bons e maus profissionais em qualquer área, existem pesquisas com metodologias sérias, baseadas na ciência dos números, e pesquisas manipuladas, fruto de amadores que tentam se passar por profissionais para lucrar manipulando resultados.
Para quem não acredita, faltam poucos dias para conhecermos o resultado da maior pesquisa de todas, que será realizada nas urnas no dia 6 de outubro, por meio do ato democrático de votar.