Eduardo dos Santos Pereira, o mentor da ‘Barbárie de Queimadas’, retornou neste sábado (5) à Paraíba. Ele vai voltar a cumprir pena na Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, conhecida como PB1, em João Pessoa. Mesma unidade de onde fugiu em 2020.
Ele desembarcou pouco depois das 18h. Eduardo foi acompanhado pelas Polícias Penal e Civil. Ele foi escoltado por oito policiais, quatro civis e quatro penais, do Aeroporto Castro Pinto ao presídio.
O criminoso fugiu da Penitenciária de Segurança Máxima de João Pessoa em novembro de 2020 e passou três anos foragido, até ser recapturado em março deste ano, no município de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro.
Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap/RJ), Eduardo estava no Presídio Inspetor José Antônio da Costa Barros, localizado no bairro de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A decisão de transferir Eduardo para a Paraíba foi assinada pela desembargadora Suely Lopes Magalhães, no dia 19 de setembro, que analisou um pedido de recambiamento feito pela Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (SEAP-PB). A desembargadora reforçou outras decisões da Justiça da Paraíba e determinou o recambiamento do preso para o estado.
Ao longo do processo, a defesa de Eduardo dos Santos solicitou que ele cumprisse a pena no Rio de Janeiro, alegando que o preso é natural do estado, possui domicílio na região e que seus pais e filhos residem no local, onde também mantém um estabelecimento comercial familiar.
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Eduardo dos Santos Pereira.
O mentor da 'Barbárie de Queimadas', Eduardo dos Santos Pereira, condenado a 108 anos de prisão, foragido desde 2020, foi preso no dia 19 de setembro, em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro. A informação é da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) da Polícia Civil da Paraíba, que disse ainda que Eduardo foi preso em uma casa alugada e, no momento da prisão, estava sozinho.
Eduardo estava foragido há mais de três anos da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes de João Pessoa, conhecida como PB1. Ele foi condenado a 108 anos e dois meses de prisão, considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros. Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão. Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime.
Em 2020, ano da fuga, Eduardo trabalhava na cozinha do PB1. Era por volta das 20h quando um policial penal esqueceu um molho de chaves no local onde o detento trabalhava. Eduardo pegou as chaves, abriu o almoxarifado e saiu pela porta lateral do presídio.
Segundo Tércio Chaves, o policial penal que teria esquecido as chaves foi indiciado, mas o Ministério Público da Paraíba (MPPB), até agora, não ofereceu denúncia contra ele.
Dos dez homens envolvidos na noite do estupro coletivo e feminicídio de duas mulheres – a professora Izabella Pajuçara e a recepcionista Michele Domingos – apenas um permanece preso em regime fechado, segundo o advogado da família de Izabella.
Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba, os estupros foram planejados por Eduardo dos Santos Pereira. Segundo informações contidas no processo, o estupro coletivo seria um “presente” para o irmão dele, Luciano dos Santos Pereira, que estava fazendo aniversário.
Os dez homens combinaram que, durante a festa de aniversário, três deles apagariam o sistema de energia e invadiriam a casa com máscaras de carnaval se passando por assaltantes para poder render as vítimas e, depois que elas fossem amarradas e vendadas, todos iriam estuprá-las.
Segundo o Ministério Público, no momento dos abusos, Michele Domingues e Izabella Pajuçara reconhecerem Eduardo como um dos agressores. Depois disso, os acusados colocaram as mulheres em uma pick-up e as levaram para a zona rural. Michelle chegou a se jogar do carro para tentar fugir e foi executada ao lado da igreja católica da cidade. Já Izabella foi morta em uma estrada vicinal.
O crime foi elucidado porque uma terceira vítima também teria reconhecido os agressores, mas ficou calada até a chegada da polícia. Eduardo dos Santos, considerado o mentor dos crimes, foi condenado a 108 anos e dois meses de prisão, em 2012.
Segundo o juiz Antônio Maroja Limeira Filho, Eduardo foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além dos cinco estupros. Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão.
Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime. Por sua vez, Luciano dos Santos Pereira, Fernando de França Silva Júnior, Jacó Sousa, Luan Barbosa Cassimiro, José Jardel Sousa Araújo e Diego Rêgo Domingues, foram condenados pelos crimes de cárcere privado, formação de quadrilha e estupro e cumprem penas entre 26 a 44 anos de prisão em presídios, em João Pessoa. Três adolescentes, que participaram da “Barbárie”, já cumpriram medidas socioeducativas no Lar do Garoto, em Lagoa Seca.
Fonte : g1 PB