Política Eleições 2024
R$ 13 milhões: “santinhos” dominam gastos de campanha dos candidatos nas eleições de 2024 na Paraíba
Desse montante, cerca de R$ 2 milhões (R$ 2.086.745,86) foram provenientes de recursos privados, enquanto a maior parte, R$ 11 milhões (R$ 11.488.847,46), foi financiada com dinheiro público.
15/10/2024 08h00
Por: Felipe Vilar Fonte: Patos Online com MaisPB
Foto: reprodução

Os tradicionais "santinhos" e materiais impressos, que há décadas fazem parte das campanhas eleitorais, continuam liderando os gastos das candidaturas municipais na Paraíba. De acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram investidos R$ 13,5 milhões em publicidade impressa, representando o maior custo nas campanhas de 2024 no estado.

Desse montante, cerca de R$ 2 milhões (R$ 2.086.745,86) foram provenientes de recursos privados, enquanto a maior parte, R$ 11 milhões (R$ 11.488.847,46), foi financiada com dinheiro público. Além dos impressos, os maiores custos das campanhas incluíram serviços de terceiros, advocacia, adesivos e a produção de conteúdo para rádio, TV e vídeo.

Apesar da crescente digitalização e do uso de redes sociais como plataforma para campanhas, os "santinhos" e "colinhas" continuam sendo a ferramenta de divulgação mais utilizada pelos candidatos. Esse fato chama a atenção, já que os panfletos têm sido alvo de críticas por causa da poluição que geram, especialmente nos dias próximos às eleições.

Impacto ambiental

O uso excessivo de material impresso nas eleições não é uma novidade. Um cálculo divulgado pelo TSE em 2012, feito pelo juiz Paulo Tamburini, revelou que a quantidade de santinhos produzidos naquele ano poderia ter sido utilizada para publicar cerca de 40 milhões de livros escolares de 50 páginas.

Na época, o magistrado estimou que 57 bilhões de santinhos haviam sido confeccionados, o que, segundo os cálculos, consumiu aproximadamente 603 mil árvores e 3 bilhões de litros de água. Esse impacto ambiental continua sendo uma preocupação em eleições subsequentes, apesar das campanhas de conscientização e do avanço das tecnologias digitais.

As autoridades eleitorais, além de fiscalizar o uso desses materiais, têm incentivado campanhas mais sustentáveis, mas os "santinhos" seguem firmes como uma ferramenta tradicional nas estratégias eleitorais, o que levanta questionamentos sobre o futuro dessa prática no contexto da crescente digitalização da política.

Por Patos Online
Com MaisPB