Policial Caso Ianny Marry
Manifestação por justiça no caso Ianny Marry é marcada por emoção e revolta da sociedade cajazeirense
Dezenas de manifestantes se reuniram na manhã desta quinta-feira (31) em frente ao Fórum Ferreira Júnior, em Cajazeiras, para cobrar por justiça no caso da jovem que foi assassinada no dia 15 de outubro do ano passado
01/11/2024 09h00 Atualizada há 3 semanas
Por: Felipe Vilar Fonte: Diário do Sertão
Foto: Diário do Sertão

Dezenas de manifestantes se reuniram na manhã desta quinta-feira (31) em frente ao Fórum Ferreira Júnior, em Cajazeiras, para cobrar por justiça no caso Ianny Marry, jovem de 28 anos que foi assassinada em Cajazeiras no dia 15 de outubro do ano passado.

A manifestação começou às 7h da manhã no Conjunto Ipep, de frente à casa onde Ianny foi assassinada, e seguiu até o Fórum onde houve uma concentração.

Dona Ivone Barreto, tia de Ianny, conversou com a reportagem da TV Diário do Sertão e falou do sentimento de clamor por justiça e disse o quanto sua sobrinha faz falta.

“É isso que a gente está pedindo, por justiça. Um crime desse não pode ficar impune. Essa menina não merecia, era uma menina trabalhadora, amiga, uma filha excelente. Os pais estão sofrendo, [nós] também estamos sofrendo, não estamos aguentando a perda, a saudade que ficou entre a gente. Então, a gente pede por justiça. Essa pessoa que está solta, se ele foi homem para fazer essa barbaridade com a minha sobrinha, que ele seja homem para se entregar”, disse.

Em um momento marcado por muita emoção, ao abraçar a repórter Priscila Tavares da TV Diário do Sertão, dona Ivone chorou e se dirigiu a Ianny olhando para a câmera. “Justiça! justiça, minha sobrinha! Você vai estar em paz quando botar esse assassino na cadeia”, indagou emocionada.

Adriana Oliveira, uma das organizadoras da manifestação, falou sobre a amizade que tinha com Ianny e demonstrou indignação em o assassino ainda não está preso.

“Ianny para mim não era só uma amiga. Ianny para mim era como que fosse meu sangue. Eu conheci Ianny com 12 anos de idade […]. Desde o ocorrido eu nunca me conformei, nunca aceitei o silêncio da justiça […]. Foi isso que me fez trazer esse grito por justiça, e clamar para que as pessoas se juntem a nós nesta causa, para que a nossa voz seja ouvida. Conseguiram calar a voz de Ianny, a nossa não”, destacou Adriana.

Elza Gomes, que faz parte da marcha mundial das mulheres, de Cajazeiras, também participou da manifestação e deu seu parecer sobre o caso.

“A gente quer só que seja feita justiça. A justiça tem que dar uma resposta a esse caso, porque é uma vida interrompida, uma família destruída de certa forma, uma família que sofre a perda dessa jovem, e a gente precisa lutar para que Ianny não seja apenas um dado nas estatísticas dos feminicídios. Ianny precisa e merece justiça”, pontuou.

Por último, Adriana Oliveira reforçou o convite para mais uma manifestação que irá ocorrer na noite desta quinta-feira (31), com o mesmo percurso feito pela manhã. “Eu quero pedir encarecidamente a toda população de Cajazeiras que compareçam em massa à noite. Será permitido carros, motos, buzinaços. Vamos lotar a cidade clamando por justiça”, enfatizou.

INQUÉRITO CONCLUÍDO

A Polícia Civil da Paraíba concluiu as investigações do caso e relatou que o inquérito aponta que Ianny foi morta por um homem, também de 28 anos, com quem teve um relacionamento amoroso. Em um grupo de mensagens feito no Whatsapp para pedir justiça por Ianny Marry, pessoas afirmam que o acusado foi candidato a vereador em Cajazeiras nas eleições deste ano. Na última segunda-feira (28), a Polícia Civil não deu detalhes do caso para a produção do programa Olho Vivo da TV Diário do Sertão.

Ianny Marry Barreto Lira foi encontrada morta no dia 15 de outubro de 2023, dentro da residência onde morava, no bairro Sol Nascente. O corpo apresentava sinais de asfixia, estava com um pedaço de lençol na boca e com as mãos atadas. Na época, o ex-marido da vítima chegou a ser preso sob suspeita, mas foi absolvido durante as investigações.

Ianny Marry foi achada morta no próprio quarto, em Cajazeiras (Foto: Redes Sociais)

O material genético encontrado nas unhas de Ianny deu negativo para o ex-marido e positivo para outro investigado. Além disso, a Polícia Civil traçou uma linha do tempo do caso a partir de mensagens colhidas no celular da vítima.

Com esses e outros indícios, a delegada Ana Valdenice solicitou, no dia 10 de setembro deste ano, a prisão preventiva do indiciado por feminicídio. Porém, até o momento nada foi divulgado quanto ao parecer do Ministério Público.