Policial Investigação
Quatro presos envolvidos em morte de patoense após sessão de tortura em presídio de Princesa Isabel devem ser transferidos para o PB1, em JP
Durante a sessão de tortura, a vítima foi forçada a beber água suja de um vaso sanitário. Sob ameaça, os agressores impuseram a “lei do silêncio”, não comunicando o ocorrido aos agentes penais.
21/12/2024 06h00 Atualizada há 11 horas
Por: Felipe Vilar Fonte: Patos Online
Foto: reprodução

A Polícia Civil avançou nas investigações sobre a morte do detento da cadeia de Princesa Isabel, identificado como João Batista da Silva, de 42 anos, conhecido popularmente como “Joãozinho da Rua do Meio”, natural de Patos. Joãozinho morreu na última quarta-feira (18), após ser submetido a espancamentos e tortura dentro de uma cela no presídio. A motivação do crime teria sido um desrespeito cometido pela vítima, que passeou nu durante a visita íntima de um dos agressores.

De acordo com o delegado Dr. Gutemberg Cabral, da 16ª Seccional, a vítima foi atacada por quatro colegas de cela, que utilizaram chutes, pontapés e o amordaçaram. Durante a sessão de tortura, a vítima foi forçada a beber água suja de um vaso sanitário. Sob ameaça, os agressores impuseram a "lei do silêncio", não comunicando o ocorrido aos agentes penais.

Somente no dia seguinte, os agentes foram informados de que a vítima precisava de atendimento médico. Ela foi levada inicialmente à UPA de Princesa Isabel e, em seguida, ao Hospital Regional de Patos, onde passou por uma cirurgia de emergência, mas não resistiu aos ferimentos.

Dr. Gutemberg informou que os quatro agressores, que estavam em regime fechado, tiveram suas prisões preventivas decretadas para impedir a possibilidade de saírem em indulto natalino. Além disso, foi solicitada a transferência deles para o presídio de segurança máxima PB1, em João Pessoa.

Os detentos responderão por homicídio qualificado, com base no artigo 121, § 2º, incisos II (motivo fútil) e VI (tortura), do Código Penal Brasileiro. A pena prevista para cada um pode chegar a 30 anos de prisão.

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Por Felipe Vilar - Patos Online