Brasil Desemprego
Taxa média do desemprego em 2024 cai a 6,6%, menor da série histórica, diz IBGE
Em 2024, o número de empregados com carteira de trabalho aumentou em 2,7% (38,7 milhões de pessoas), recorde da série iniciada em 2012
31/01/2025 09h50
Por: Felipe Vilar Fonte: Metrópoles
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024. Com o resultado, a taxa média anual do índice de desocupação foi de 6,6%, uma queda de 1,2 ponto percentual em relação a 2023 (7,8%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (31/1).

O resultado de 2024 é o menor da série histórica iniciada em 2012, quando teve média anual de 7,4%. O percentual acumulado do ano passado ultrapassou a marca recorde anterior, registrada em 2014 (7%).

Segundo dados da Pnad Contínua, o percentual da população desempregada no ano passado apresentou recuo de 13,2% (menos 1,1 milhão de pessoas) em relação a 2023.

Em 2024, a quantidade de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego) totalizou 7,4 milhões — menor contingente em uma década, ou seja, desde 2014 (7 milhões). Em 2023, 8,5 milhões não tinham emprego.

“Os resultados de 2024 indicaram a manutenção da trajetória de crescimento contingente de trabalhadores que, inicialmente, em 2022, respondia como uma recuperação das perdas geradas durante a pandemia de Covid-19, em 2020 e 2021”, destaca a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

Confira os principais destaques da Pnad Contínua:

Desemprego em queda e ocupação recorde em 2024

O nível da ocupação (percentual de pessoas em idade apta a trabalhar) foi estimado em 58,6% em 2024, 1 ponto percentual a mais que em 2023 (57,6%). Dessa forma, tornou-se o maior nível da série histórica — o recorde anterior era de 2013 (58,3%).

Além disso, a população ocupada chegou a 103,3 milhões no ano passado e bateu novo recorde dentro da série histórica. O número de pessoas com emprego cresceu 2,6% em relação a 2023.

Na comparação com a média de 2012 (89,7 milhões de pessoas trabalhavam), houve aumento de 15,2%.

Informalidade cai e brasileiros com carteira assinada sobe

Em 2024, o número de empregados com carteira de trabalho aumentou em 2,7% (ou seja, 38,7 milhões de pessoas) — a média mais alta da série iniciada em 2012. Enquanto a estimativa anual de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 6% em 2024, com 14,2 milhões de pessoas. Esse contingente também atingiu o maior nível dentro da série histórica.

“O crescimento da população ocupada nos últimos anos ocorreu principalmente entre os empregados no setor privado. Essa expansão foi registrada por meio do trabalho com e sem carteira de trabalho assinada”, explica Beringuy.

Segundo a coordenadora, esse movimento ocorreu devido à “abrangência setorial do aumento da ocupação, que incluiu atividades como indústria, serviços prestados às empresas, cujo perfil ocupacional está mais associado à formalidade; como também o avanço importante de atividades como construção, transporte e logística que apresentam maior incorporação de trabalhadores informais”.

Por outro lado, a taxa anual de informalidade recuou de 39,2% (em 2023) para 39% (em 2024).

A quantidade de pessoas que trabalham por conta própria foi a maior da série histórica, com estimativa anual de 26,1 milhões e um crescimento de 1,9% em relação a 2023 (25,6 milhões).

Rendimento médio e massa de batem recorde em 2024

Os desempregados receberam, em média, R$ 3.225 por mês em 2024, por todos os trabalhos presentes na pesquisa. O IBGE classifica isso como rendimento médio habitual. Em comparação a 2023, o rendimento cresceu 3,7%, com acréscimo de R$ 115.

Anteriormente, o maior resultado da série havia sido em 2014 (R$ 3.120).

“São dois anos seguidos de crescimento do rendimento, após recuo em 2021 e 2022. A expansão do rendimento em 2024 abrangeu trabalhadores formais e informais o que contribui significativamente para o crescimento da massa de rendimento”, diz Beringuy.

A massa de rendimento, soma dos valores recebidos por todos esses trabalhadores, ficou na casa dos R$ 328,9 bilhões — o maior da série histórica —, com alta de 6,5% (mais R$ 20,1 bilhões) em relação a 2023.

Fonte: Metrópoles