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Deputados do PT criticam Hugo Motta por minimizar atos de 8 de Janeiro
Durante entrevista à Rádio Arapuan FM, Motta afirmou que os condenados por participação nos ataques às sedes dos Três Poderes estão recebendo “penas muito severas”, além de questionar a existência de uma tentativa de golpe.
08/02/2025 19h30
Por: Felipe Vilar Fonte: Patos Online
Créditos: Marina Ramos/Gabriel Paiva/Jefferson Rudy

Deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) criticaram o presidente da Câmara, o paraibano Hugo Motta (Republicanos), por suas declarações minimizando os atos de 8 de Janeiro de 2023. Durante entrevista à Rádio Arapuan FM, Motta afirmou que os condenados por participação nos ataques às sedes dos Três Poderes estão recebendo "penas muito severas", além de questionar a existência de uma tentativa de golpe.

"Um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso", declarou Motta.

 

A fala do presidente da Câmara gerou reações imediatas dentro do PT. Gleisi Hoffmann (PR), presidente do partido, criticou, sem citar diretamente o paraibano, uma possível análise de anistia para os envolvidos no episódio. Em sua conta no X (antigo Twitter), Gleisi classificou a votação da anistia como "descabida", destacando que a decisão da Justiça deve ser respeitada.

O paraibano Lindbergh Farias (PT-RJ), novo líder do partido na Câmara, também rebateu as declarações de Motta, reforçando que os atos do 8 de Janeiro fizeram parte de uma "tentativa violenta de golpe de Estado".

O vice-líder do governo, Rogério Correia (PT-MG), classificou a fala de Hugo Motta como "negacionismo inaceitável". Correia citou as provas reunidas ao longo das investigações, como o relatório da CPMI, as minutas encontradas na sede do PL, os indiciamentos da Polícia Federal e até os planos de atentados contra Lula, Alckmin e Moraes.

A polêmica surge em meio às discussões sobre um possível projeto de anistia para os envolvidos nos atos, algo que Hugo Motta não descartou completamente. Ele afirmou que não há definição sobre o tema:

"Eu não posso chegar aqui dizendo que vou pautar anistia na semana que vem ou não vou pautar de jeito nenhum", disse.

O debate sobre a punição dos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro segue acirrado no Congresso, entre a base governista e a ala direitista. 

Por Patos Online