Uma operação conjunta da Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), com o apoio do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) e da UNINTELPOL, desarticulou uma organização criminosa especializada em fraudar o sistema de multas de trânsito. O esquema envolvia servidores e ex-servidores do DETRAN, além de despachantes, que manipulavam o sistema para cancelar infrações de maneira irregular.

Ao todo, oito pessoas foram presas, sendo sete por mandado de prisão e um em flagrante por porte ilegal de arma e munições.

A investigação revelou um esquema altamente organizado, dividido em quatro núcleos distintos, cada um com funções específicas para garantir o sucesso da fraude e evitar detecção pelas autoridades. De acordo com o delegado Elton Vinagre, um policial militar é apontado como o 'chefe' do esquema.

Como funcionava o esquema?

1. Captação de clientes – O Núcleo Administrativo/Gerencial, formado por servidores, ex-servidores e despachantes, identificava motoristas interessados em apagar suas infrações de trânsito mediante pagamento.
2. Acesso ao sistema – O Núcleo Operacional utilizava credenciais válidas para acessar o banco de dados do DETRAN e efetuar os cancelamentos fraudulentos.
3. Justificativa falsa – Para evitar suspeitas, os criminosos inseriam no sistema números de processos administrativos reais do PBDOC, mas sem qualquer relação com os recursos de multas. Dessa forma, os cancelamentos pareciam legítimos.

A Polícia Civil informou que em apenas 20 dias, o esquema criminoso resultou em um prejuízo de R$ 2 milhões. 

O policial apontado como o chefe do esquema está na ativa dentro da corporação da PMPB e já havia trabalhado no Detran-PB em anos anteriores. "É um policial militar da ativa. Ele foi cedido ao Detran durante muito tempo, ele trabalhou no Detran durante alguns anos", disse o delegado Elton Vinagre.

Segundo a Corregedoria Auxiliar da Polícia Militar, o policial ficará recolhido no 1º Batalhão, em João Pessoa, à disposição da Justiça. 

A operação representa um grande avanço no combate à corrupção no setor público e reforça o compromisso das autoridades com a transparência e a segurança viária. Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema público. As investigações continuam para identificar possíveis novos envolvidos no esquema.

Por Patos Online
Com informações da DRACO