A provável federação entre União Brasil e Progressistas na Paraíba promete uma briga acirrada de interesses entre famílias tradicionais do estado, com vistas às eleições de 2026, que atualmente integram os blocos de oposição e situação.
O principal conflito envolve o comando do novo grupo, que abrigará o senador Efraim Filho, o deputado federal Damião Feliciano e o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, pelo União Brasil, membros da oposição. Do outro lado, estão o vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro, que representa também os interesses da senadora Daniella Ribeiro, do deputado federal Aguinaldo Ribeiro e do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, todos integrantes da base do governador João Azevêdo.
O PP, de Lucas Ribeiro e Cícero Lucena, busca indicar a pré-candidatura de Lucas ao governo da Paraíba e ocupar espaços na chapa majoritária do governo, possivelmente por meio do deputado federal Mersinho Lucena, vaga pleiteada por Cícero Lucena.
Já o União Brasil, de Efraim Filho e companhia, vem liderando as articulações da oposição para a escolha do pré-candidato ao governo da Paraíba e tenta assumir o comando da pauta em desvantagem, por conta da forte ligação das lideranças do PP com o governo João Azevêdo, que dispõe de maior capacidade de articulação no atual momento.
Em nível nacional, o acordo entre os dois partidos está praticamente selado, sob o comando do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira. Já em solo paraibano, Cícero Lucena defende que o partido seja o ‘cabeça’ das negociações, já que possui um vice-governador em seus quadros, enquanto Efraim argumenta que a presença de um senador com mais quatro anos de mandato dá ao União Brasil a condição de ser o ponto de desequilíbrio da balança.
As duas legendas atualmente têm tamanhos relativamente iguais no estado. O União Brasil possui 22 prefeitos, e o PP, 19. O Progressistas vence por 4 a 2 na divisão de cadeiras na Assembleia Legislativa e por 2 a 1 em relação ao número de deputados federais. Já em nível federal, a federação tornará a bancada em uma das maiores do Congresso, com 106 deputados federais e 19 senadores.