A coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Giglielli Rodrigues, afirmou à jornalista Wânia Nóbrega, da Rádio Espinharas FM, que os acidentes de trabalho na construção civil e os acidentes de trajeto viário — envolvendo trabalhadores em deslocamento — estão entre as principais causas de afastamento laboral. Ela destacou o Abril Verde, mês dedicado à conscientização sobre segurança e saúde no trabalho, em alusão ao Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, celebrado em 28 de abril.
Segundo Giglielli, os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), vinculado ao SUS, apontam também um número significativo de afastamentos entre profissionais de saúde, principalmente por exposição a materiais biológicos, além de casos de dermatoses ocupacionais relacionadas ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
“São diversos tipos de acidentes de trabalho, mas os mais comuns são entre os trabalhadores da construção civil e os acidentes de trajeto — de casa para o trabalho e vice-versa. Em seguida, vêm os acidentes com exposição a materiais biológicos entre profissionais da saúde, dermatoses ocupacionais, problemas de pele e transtornos mentais. No ranking, essas são as principais motivações”, explicou a coordenadora.
Ela acrescentou que entre os transtornos mentais mais recorrentes estão a ansiedade, depressão, exaustão e a síndrome de burnout, também conhecida como esgotamento profissional.
A coordenadora também chamou atenção para o alto número de subnotificações nos registros oficiais e reforçou a importância da notificação adequada dos casos, por parte dos profissionais e instituições, para que as autoridades possam implementar ações preventivas e de proteção mais eficazes.