O presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), desembargador Fred Coutinho, determinou nesta sexta-feira (16) o afastamento cautelar por 180 dias do servidor Irley de Souza Carneiro da Cunha, investigado na segunda fase da Operação Retomada, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Civil.
A operação tem como foco o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pelo próprio TJPB, no curso de uma investigação que apura manipulação de jurisdição para obtenção de vantagens financeiras ilícitas.
A portaria assinada pelo presidente do TJ também ordena à Diretoria de Tecnologia da Informação (DITEC) o bloqueio imediato do acesso de Irley aos sistemas judiciais e administrativos do Tribunal, como o SISBAJUD, RENAJUD, INFOJUD e BNMP. Além disso, o juiz diretor do Fórum de Alhandra foi notificado para impedir o acesso físico do servidor às dependências do Fórum de Caaporã, onde Irley atuava. A Corregedoria-Geral de Justiça também foi comunicada para adoção das providências administrativas cabíveis.
As investigações apontam que o servidor estaria envolvido em esquemas de captação de nomes para ações coletivas fraudulentas, utilizando entidades fictícias e manipulando a distribuição jurisdicional para ajuizar as causas em juízos considerados estratégicos. As ações visavam obter decisões favoráveis com descontos indevidos em benefícios previdenciários, afetando principalmente aposentados e pensionistas, inclusive do INSS.
Além do servidor do Judiciário, a operação investiga a participação de advogados e outros agentes públicos na prática das irregularidades, que podem configurar crimes contra a administração pública e o sistema financeiro.
A Operação Retomada é uma das principais ações recentes do GAECO no combate à corrupção sistêmica no Judiciário paraibano. O Tribunal de Justiça afirmou que está colaborando integralmente com as investigações e reforçou o compromisso com a transparência e o combate à corrupção institucional.
A defesa de Irley de Souza Carneiro da Cunha ainda não se manifestou publicamente sobre o afastamento e as acusações. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.
Por Patos Online
Com informações do Blog Wallison Bezerra