O segundo semestre de 2025 começa com um sinal de alerta ligado em relação à situação hídrica dos principais mananciais que abastecem Patos e municípios do Sertão paraibano. Um levantamento realizado pelo Patos Online, com base em dados atualizados da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) nesta quarta-feira, 2 de julho, revela um cenário preocupante para os próximos meses, especialmente diante da escassez de chuvas e do aumento da demanda por água.
Entre os mananciais monitorados, a Barragem Capoeira, localizada em Santa Terezinha-PB, apresenta o quadro mais alarmante. Com capacidade total de 53.450.000 m³, o reservatório conta atualmente com apenas 5.880.960 m³, o que corresponde a 11% do volume total. A barragem é responsável pelo abastecimento de Patos, Santa Terezinha e São José do Bonfim, o que torna sua situação ainda mais delicada.
Outro manancial importante para Patos, a Barragem da Farinha, também inspira cuidados. Ela possui capacidade para 25.738.500 m³ e, segundo a última medição, está com 3.694.290 m³, ou 14,35% do total.
Já o Açude Jatobá, também localizado em Patos, encontra-se em estado de observação, com 4.706.550 m³, ou 26,87% da capacidade máxima de 17.516.000 m³.
Apesar do cenário preocupante em reservatórios menores, o Açude Coremas, responsável por abastecer dezenas de municípios sertanejos, ainda mantém níveis consideráveis. Com capacidade total de 743.500.000 m³, atualmente acumula 300.972.000 m³, ou 40,45%.
No mesmo complexo, a Barragem Mãe d’Água apresenta um volume de 223.267.000 m³, correspondente a 40,97% da sua capacidade. Juntos, eles formam o maior complexo hídrico da Paraíba, superando os 1,2 bilhões de metros cúblicos, quando cheios.
Na região metropolitana de Patos, a situação de alguns mananciais é ainda mais preocupante, com volumes praticamente zerados. Veja alguns destaques:
Outros mananciais como Cachoeira dos Cegos (Catingueira) e Engenheiro Arcoverde (Condado) apresentam melhores índices, com 25,65% e 16,66%, respectivamente, mas ainda abaixo do ideal.
Com a chegada do período seco e a perspectiva de poucas chuvas nos próximos meses, especialistas alertam para o risco de colapso em sistemas de abastecimento em algumas localidades, caso não haja medidas emergenciais de contenção de consumo e reaproveitamento de água.
A população é orientada a fazer uso consciente da água e a acompanhar as orientações das autoridades locais. A AESA seguirá monitorando os níveis dos mananciais e poderá recomendar medidas mais rígidas, caso o volume continue em queda.
Por Felipe Vilar - Patos Online