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Curiosidade: Gurgel criou o primeiro carro elétrico do Brasil, mas faltou incentivo governamental para sobreviver, relembra empresário Lavoisier Medeiros
Lavoisier destacou que a empresa chegou a desenvolver o primeiro carro elétrico do Brasil, o Gurgel Itaipu, ainda no final da década de 1970, muito antes da atual corrida mundial por veículos sustentáveis.
13/07/2025 10h00 Atualizada há 12 horas
Por: Felipe Vilar Fonte: Patos Online
Foto: Patos Online/Reprodução/Quatro Rodas

Durante participação no Podcast Patos Online, o empresário automotivo Lavoisier Medeiros, proprietário da loja Prime Veículos, em Patos (PB), trouxe à tona uma curiosidade histórica que chamou atenção dos ouvintes: a trajetória da Gurgel, primeira montadora de veículos 100% brasileira. Lavoisier destacou que a empresa chegou a desenvolver o primeiro carro elétrico do Brasil, o Gurgel Itaipu, ainda no final da década de 1970, muito antes da atual corrida mundial por veículos sustentáveis.

Gurgel Itaipu, o primeiro carro elético do Brasil (Foto: Reprodução/Quatro Rodas)

 

Apesar da inovação, a Gurgel não resistiu às dificuldades do mercado e encerrou suas atividades nos anos 1990. Para o empresário, o principal motivo do fracasso da montadora foi a ausência de políticas públicas de incentivo ao setor. “A Gurgel era uma empresa nacional, mas não teve apoio governamental. A carga tributária no Brasil é muito alta e, mesmo com produtos inovadores, ela não conseguiu se renovar para permanecer competitiva”, explicou.

Lavoisier também comparou o mercado automotivo com outras indústrias para ilustrar o tamanho do desafio. “A Toyota, que é a maior montadora do mundo em valor de mercado, vale hoje o mesmo que a WEG, uma empresa brasileira de tecnologia. Isso mostra que o setor automotivo é altamente competitivo e com margens de lucro muito apertadas. Uma montadora precisa renovar toda sua frota em cerca de oito anos”, analisou.

Segundo ele, a Gurgel também enfrentava limitações técnicas: seus veículos utilizavam chassis da Volkswagen e motores de modelos como Fusca e Brasília, o que dificultava a criação de uma identidade própria. “Ela não tinha um parque tecnológico robusto e não conseguiu recursos para investir nisso”, acrescentou.

 
 
 
 
 
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A lembrança sobre a Gurgel surge em um momento em que o Brasil discute o fortalecimento da indústria nacional e a retomada da produção de carros populares e sustentáveis, principalmente os modelos elétricos. O caso da Gurgel serve como exemplo de como a inovação, sem apoio estruturado, pode não ser suficiente para sustentar uma indústria no longo prazo.

 

Por Felipe Vilar - Patos Online