Saúde Mães atípicas
Médico alerta sobre preconceitos enfrentados por mães atípicas: “Elas são invisibilizadas e humilhadas diariamente”, diz Dr. Alexandre Firmino
Médico destaca como o preconceito, a exclusão e a falta de apoio afetam a saúde mental e a dignidade das mães de crianças com transtornos do neurodesenvolvimento.
04/08/2025 08h00
Por: Girleide Vilar Fonte: Patos Online
Foto: Patos Online-Redes Sociais

Em entrevista concedida ao Patos Online, o médico Dr. Alexandre Firmino trouxe um importante alerta sobre a dura realidade enfrentada por mães atípicas, aquelas que cuidam de filhos com transtornos como TDAH, TOD e autismo. Segundo ele, o preconceito é presente e constante, independentemente do grau de suporte necessário à criança.

“Mesmo as mães de crianças no nível 1 de suporte, considerado mais leve, enfrentam preconceito diariamente”, destacou Dr. Alexandre. Ele relata que, ao saírem com seus filhos, essas mães frequentemente ouvem comentários que minimizam ou negam a condição dos pequenos. “Ah, ele nem parece que tem autismo”, “Agora tudo é autismo”, ou “No meu tempo não tinha isso”, são frases comuns, que acabam soando como deboche e causam grande sofrimento.

O médico enfatiza que, especialmente entre as mães de baixa renda, essa opressão se torna ainda mais intensa.
“Quanto mais pobre, quanto mais carente a mãe, mais ela é oprimida pela sociedade. Ela é humilhada. Não tem acesso ao tratamento médico adequado, não tem direito às terapias e ainda enfrenta discriminação nas escolas”, afirma.

O diagnóstico tardio, segundo ele, é um dos maiores agravantes. “Isso traz repercussões para toda a vida da criança e intensifica ainda mais o sofrimento da mãe, que, apesar de toda a visibilidade que o tema vem ganhando, segue sendo invisível”, lamenta.

Dr. Alexandre ainda citou um dado alarmante: cerca de 40% dessas mães precisam abrir mão da própria vida, trabalho e relacionamentos para se dedicar integralmente ao cuidado com os filhos.

“É preciso deixar claro que essa mulher não tem nenhuma vantagem com o diagnóstico. Pelo contrário, ela sofre, luta sozinha e clama todos os dias por empatia e respeito.”

Confira o vídeo abaixo:

 
 
 
 
 
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O médico atende em sua clínica localizada na Rua Peregrino Filho, nº 272, no Centro de Patos-PB, em frente à Capela do Colégio Cristo Rei.