O Projeto Social de Karatê Educando para a Vida, que há cinco anos atende gratuitamente crianças, adolescentes e adultos em Patos, anunciou neste sábado, 16 de agosto, a suspensão de suas atividades após receber da Prefeitura a solicitação de desocupação imediata do prédio onde funciona, na Rua Lima Campos, bairro São Sebastião. O espaço, segundo a gestão municipal, será demolido para dar lugar à construção do Centro de Referência da Primeira Infância.
O responsável pelo projeto, o professor de karatê Sérvulo Campanha, relatou ao Patos Online que foi surpreendido com a medida. Ele afirma que a decisão deixa cerca de 110 alunos – entre crianças carentes, pessoas com deficiência, autistas e jovens com TDAH – sem local para as aulas.
“Fui procurado na sexta-feira (15) pela secretária de Ação Social, achando que era para apoiar o projeto, mas na verdade pediram o prédio de volta e me deram apenas 48 horas para entregar. Ofereceram uma sala pequena no CRAS, que não comporta nem 30 alunos. Eu tenho mais de 100. Agora, as crianças ficam sem opção e os pais estão revoltados”, declarou.
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Nas redes sociais, o projeto divulgou uma nota de repúdio, afirmando que o fechamento foi decidido de forma “abrupta e sem aviso prévio”. Um ato pacífico de protesto deve ser realizado ainda neste sábado (16), em frente ao prédio, para pedir a continuidade das atividades.
O Projeto Educando para a Vida tem aulas às segundas, quartas e sextas-feiras, é filiado à Federação de Karatê da Paraíba (FKPB) e à Confederação Nacional de Karatê Shotokan (CNKS). Ao longo dos anos, ganhou repercussão nacional, recebendo apoio inclusive de pessoas de outros estados e do exterior.
Confira abaixo a nota na íntegra:
Em contato com o Patos Online, a secretária de Desenvolvimento Social, Helena Wanderley, negou que a Prefeitura tenha determinado o fim das atividades do projeto. Ela explicou que o espaço precisa ser desocupado para a construção do Centro de Referência da Primeira Infância, planejado para oferecer serviços voltados a crianças de 0 a 6 anos.
Segundo Helena, foram apresentadas alternativas ao professor Sérvulo: “Oferecemos uma sala no CRAS ou a possibilidade de a Prefeitura custear um espaço alugado, até que o novo prédio seja concluído. Nesse centro, haverá salas que poderão ser utilizadas tanto para as aulas de karatê quanto por associações comunitárias”, afirmou.
A secretária ainda acrescentou que, durante a conversa, o próprio professor teria mencionado dificuldades para manter o projeto e a possibilidade de encerrar as atividades por vontade própria. “Em nenhum momento falamos em encerrar o projeto. Pelo contrário, fomos oferecer alternativas para que o trabalho continuasse”, concluiu.
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Por Patos Online