O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), avisou a líderes partidários nesta terça-feira (16/9) que irá pautar a urgência da anistia na sessão deliberativa de quarta-feira (17/9). A declaração foi feita durante a reunião de líderes que se deu na residência oficial nesta manhã.
Como mostrado pelo Metrópoles, tanto o governo quanto a oposição começaram a contar votos “no varejo” para mapear os possíveis placares. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), encomendou um estudo à equipe legislativa.
Já o governo se movimenta desde a semana passada para retomar o controle e se aproximar dos líderes do chamado centrão. Ante a iminência do projeto chegar à pauta, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passaram a apostar em derrotar o projeto no voto.
Motta também está estudando o atual cenário. A percepção de interlocutores é que o presidente da Câmara é contra pautar a medida, mas que quer se livrar do assunto para dar andamento à agenda da Casa. O sentimento é compartilhado por outros integrantes do centro.
Os governistas da câmara vão se reunir assim que acabar a reunião na RO pra ensaiar uma reação.
Do outro lado do Congresso, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) também acompanha o assunto de perto. O senador amapaense tenta construir um texto alternativo para a anistia, que somente reduza as penas a aqueles condenados pelos ataques à Praça dos Três Poderes e não abra brechas para beneficiar o recém-condenado Jair Bolsonaro (PL), que foi julgado culpado por tentativa de golpe pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Há ao menos três versões diferentes para o texto da anistia sendo discutidas pelos líderes da Câmara. O PL quer um texto “amplo, geral e irrestrito” que beneficie Bolsonaro, tanto na esfera criminal quanto na esfera eleitoral, as pessoas que atacaram prédios públicos e cesse investigações contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Há ainda versões restritas ao 8 de Janeiro.
Segundo apurou o Metrópoles, o texto que deverá chegar ao plenário da Câmara é um projeto para redução de penas, nos moldes propostos por Alcolumbre. O projeto tem apoio de Hugo Motta. O texto deverá enfrentar a resistência da oposição bolsonarista.