O Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba intensificou, na tarde desta quinta-feira (18), as ações de combate ao incêndio florestal que atinge a Serra do Cruzeiro, em São José do Bonfim. No 6º dia consecutivo de trabalho, as equipes passaram a contar com o apoio aéreo do helicóptero Acauã 2, do Grupamento Tático Aéreo da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
A aeronave está equipada com o “Bambi Bucket”, dispositivo que permite o despejo de grandes volumes de água diretamente sobre as áreas em chamas. O equipamento tem sido usado desde o início da tarde em apoio às equipes terrestres que atuam no local.
Por volta do meio-dia, o Acauã sobrevoou a região pela primeira vez, acompanhado dos comandantes da operação, permitindo uma análise mais precisa da extensão do incêndio e auxiliando na definição das estratégias de enfrentamento. Posteriormente, deu início ao trabalho de combate em apoio às equipes terrestres.
Segundo o comandante do 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM), tenente-coronel Danilo Galvão, a serra possui cerca de 400 hectares, dos quais aproximadamente 160 hectares já foram destruídos — o que representa 40% da área total. Além da vegetação nativa, animais de pequeno porte também têm sido encontrados mortos em decorrência do fogo.
TC Galvão ressaltou que o terreno íngreme e de difícil acesso impede a chegada de veículos de combate, obrigando os bombeiros a transportar água nas costas em meio à mata fechada. A distância até pontos de abastecimento também dificulta as operações.
Na manhã de quarta-feira (17), o delegado Claudinor Lúcio, responsável pela Delegacia de São José do Bonfim, confirmou que o incêndio é resultado de ação criminosa. Segundo ele, o fogo teria sido provocado por caçadores, prática comum na região.
“Não foi uma pessoa só. Pelo que levantamos até agora, são várias pessoas envolvidas nesses focos de incêndio, provavelmente ligadas à caça de animais”, afirmou o delegado. Duas pessoas já foram ouvidas na investigação, que pode incluir a quebra de dados de possíveis suspeitos, mediante autorização judicial.
A operação, além da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, conta com a participação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Enquanto as apurações prosseguem, o foco das equipes permanece em conter o avanço das chamas e proteger as comunidades vizinhas, que vivem em alerta desde o início da ocorrência no último sábado (13).
Por Felipe Vilar - Patos Online