Policial Incêndio florestal
Bombeiros esperam encerrar incêndio na Serra do Cruzeiro nesta sexta-feira, em São José do Bonfim
De acordo com o tenente-coronel Danilo Galvão, comandante do 4º BBM, que coordena os trabalhos na área, os esforços avançaram de forma significativa nas últimas 24 horas, restando apenas um foco ativo de incêndio.
19/09/2025 10h00 Atualizada há 3 horas
Por: Felipe Vilar Fonte: Patos Online
Foto: Reprodução

O Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba informou que a expectativa é encerrar, nesta sexta-feira (19), o incêndio que há sete dias atinge a Serra do Cruzeiro, no município de São José do Bonfim, no Sertão do estado. As chamas já consumiram cerca de 40% da vegetação nativa, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PB), que acompanha a operação.

De acordo com o tenente-coronel Danilo Galvão, comandante do 4º BBM, que coordena os trabalhos na área, os esforços avançaram de forma significativa nas últimas 24 horas, restando apenas um foco ativo de incêndio.

“Ficou apenas um foco quando nós encerramos ontem à noite o trabalho. Geralmente passamos a noite inteira trabalhando, mas nessa região é inviável por conta das trilhas e pedras. Suspendemos durante a noite e retomamos agora pela manhã. A expectativa é que ainda hoje encerremos esse incêndio”, explicou.

Dificuldades no combate

O fogo se espalha por uma região de difícil acesso, com encostas íngremes e trilhas estreitas, o que impede a chegada de viaturas até os pontos mais críticos. Diante disso, os bombeiros precisam transportar equipamentos e água nas costas, utilizando mochilas próprias de combate.

“É um trabalho desgastante. O fogo em si já exige muito, somado ao sol forte e ao relevo complicado. Como as viaturas não chegam próximo, temos que levar água nas mochilas e abrir trilhas para combater as chamas”, detalhou o tenente-coronel Galvão.

Apoio aéreo e reforço no efetivo

Para reforçar a operação, o helicóptero Acauã 2 foi acionado nesta quinta-feira (18) e passou a realizar descargas de água diretamente sobre os focos, com uso do equipamento bambi bucket. Cada sobrevoo despeja cerca de 400 litros de água, o que, segundo os bombeiros, equivale ao trabalho de 20 militares em uma hora de subida pela serra.

 
 
 
 
 
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No total, 70 bombeiros militares atuam na operação, com apoio da aeronave, além de nove policiais militares. A partir desta sexta-feira, o efetivo será reforçado com mais 37 bombeiros.

Também estão sendo utilizados:

O monitoramento dos focos de calor também conta com apoio de imagens de satélite fornecidas por uma plataforma do governo federal.

Impactos ambientais

O incêndio atinge uma área de Caatinga, bioma predominante na região e bastante vulnerável a queimadas durante o período de estiagem. Especialistas alertam que, mesmo após o fim das chamas, os impactos ambientais podem se prolongar, prejudicando a fauna local e retardando a recuperação da vegetação nativa, que integra o Parque Nacional da Serra do Teixeira, uma área de preservação ambiental. 

Investigação aponta ação criminosa

Na manhã de quarta-feira (17), o delegado Claudinor Lúcio, responsável pela Delegacia de São José do Bonfim, confirmou que o incêndio é resultado de ação criminosa. Segundo ele, o fogo teria sido provocado por caçadores, prática comum na região.

“Não foi uma pessoa só. Pelo que levantamos até agora, são várias pessoas envolvidas nesses focos de incêndio, provavelmente ligadas à caça de animais”, afirmou o delegado. Duas pessoas já foram ouvidas na investigação, que pode incluir a quebra de dados de possíveis suspeitos, mediante autorização judicial.

A operação, além da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, conta com a participação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Enquanto as apurações prosseguem, o foco das equipes permanece em conter o avanço das chamas e proteger as comunidades vizinhas, que vivem em alerta desde o início da ocorrência no último sábado (13).

Por Patos Online