A greve dos professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) teve início nesta segunda-feira (22), após deliberação em assembleia geral da Associação dos Docentes da UEPB (ADUEPB), realizada de forma presencial e descentralizada na última quinta-feira (18) nos campi de Campina Grande, Araruna, Guarabira, Monteiro, Catolé do Rocha, Patos e João Pessoa.
Segundo a ADUEPB, 70% da categoria aprovou a paralisação. Entre os principais pontos que motivaram a greve estão os atrasos no pagamento do retroativo das progressões funcionais, a redução no orçamento da universidade e a precarização das condições de trabalho. Além disso, os docentes denunciam a falta de concursos para contratação de professores efetivos, o que mantém elevado o número de docentes temporários.
Os professores reivindicam o pagamento integral e atualizado do retroativo das progressões de carreira, que já ultrapassa R$ 75 milhões, referentes ao período de 2018 a 2023. Eles também cobram a recomposição orçamentária com o cumprimento da Lei de Autonomia (Nº 7.643/2004), a realização de concursos públicos para reduzir a dependência de professores temporários — atualmente 393 contra 790 efetivos — e a instalação de uma mesa de negociação para tratar das perdas salariais acumuladas em 22,9% nos últimos quatro anos.
Em 2024, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) apresentou uma proposta de acordo que previa 40% de deságio no valor devido e parcelamento em 42 meses. A categoria rejeitou a proposta por considerar que traria novas perdas. A partir da negativa, o governo estadual suspendeu unilateralmente as negociações.
Uma reunião entre representantes da categoria e a reitoria da UEPB está marcada para a tarde desta segunda-feira (22) e deve marcar o início das tratativas formais da greve. Os docentes reforçam que só aceitarão avanços reais nas pautas e que não abrirão mão do pagamento integral do retroativo.
De acordo com dados do portal de transparência da universidade em 2024, a UEPB atende 18.770 estudantes, distribuídos entre ensino à distância, técnico, graduação e pós-graduação. O quadro atual de pessoal é formado por 790 docentes efetivos e 393 temporários.
Por Patos Online