O chefe do Comando Vermelho na Paraíba, conhecido como “Fatoka”, e integrantes do grupo criminoso monitoravam remotamente policiais e forças de segurança através de câmeras instaladas em locais estratégicos na cidade de Cabedelo, no Litoral do estado. As informações foram confirmadas pela Polícia Civil ao g1.
Segundo as investigações, as câmeras eram instaladas em postes, árvores e até em casas de moradores em Cabedelo. Em relação às câmeras instaladas em residências, a polícia informou que os residentes eram obrigados a aceitar a instalação do equipamento mesmo a contra gosto.
O monitoramento acontecia para “antecipar” ações da polícia em locais em que a facção criminosa tinha pessoas realizando eventuais crimes. Fatoka e outros integrantes da organização tinham acesso a essas câmeras, remotamente, desde o Rio de Janeiro, e avisaram os suspeitos na Paraíba sobre as ações.
Além disso, a facção usava as câmeras para monitorar outras ações de grupos criminosos rivais e também antecipar eventuais ações que surtiriam efeito negativo para a organização.
De acordo com a polícia, tanto o chefe da organização criminosa quantos outros suspeitos estão foragidos no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro.
Também foi apontado que as câmeras foram diversas vezes instaladas e retiradas pela própria polícia ao longo dos últimos tempos. No entanto, os suspeitos tornavam a colocar o monitoramento outras vezes.
Na terça-feira (30), uma operação contra o Comando Vermelho na Paraíba prendeu 24 pessoas e bloqueou cerca de R$ 125 milhões da facção criminosa.
Conforme a Polícia Civil, a facção tem ramificações principalmente em Cabedelo, Campina Grande e Bayeux e era uma dissidência de uma outra facção criminosa conhecida no estado, chamada "OKD", que teve as chefias "cooptadas" pelo Comando Vermelho para atuar na Paraíba.
O chefe da organização, Fatoka, participou de uma fuga em massa de presos da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, conhecida como PB1, em 2018. Ele foi um dos 92 presos que fugiram em uma rebelião que consistiu na utilização de explosivos para derrubar o portão principal.
Meses depois da fuga, Fatoka foi localizado em Alagoas e preso novamente. No entanto, após a prisão, houve o relaxamento do cumprimento da pena por parte da Justiça, isso porque ele foi posto em liberdade para cumprir medidas cautelares, com o uso de tornozeleira eletrônica. Conforme a Polícia Civil, ele rompeu a tornozeleira.
O suspeito também é investigado por ter apontado pessoas para ocupar cargos públicos. Quem comanda essas investigações é a Polícia Federal com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-PB).
Fonte: g1 PB