Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram ao menos 70 corpos para a Praça São Lucas, no interior da comunidade, na madrugada desta quarta-feira (29/10). Procuradas pela coluna Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, as polícias Civil e Militar informaram que ainda contabilizam o número total de mortos.
Segundo relatos, os cadáveres foram encontrados na área de mata localizada entre os complexos do Alemão e da Penha, onde, na terça-feira (28), foi realizada a maior e mais letal operação policial da história do estado.
Alguns dos mortos vestiam roupas camufladas normalmente usadas por soldados do Comando Vermelho (CV), facção alvo da ação. Enfileirados no chão, os corpos foram cercados por familiares em busca de parentes e amigos desaparecidos.
De acordo com o último balanço preliminar do governo fluminense, ao menos 64 pessoas morreram e 81 foram presas. Entre os mortos, há quatro policiais, dois civis e dois militares.
A megaoperação, que mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares, escancarou a intensificação do confronto entre o Estado e o Comando Vermelho (CV). Investigadores afirmam que a facção opera com poder de fogo capaz de enfrentar tropas de elite de forma prolongada e coordenada.
Pela primeira vez em uma ação dessa dimensão no Rio, criminosos utilizaram drones adaptados para lançar explosivos contra equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). A tática, segundo policiais, permitiu monitorar o deslocamento das equipes em tempo real e atingir pontos estratégicos do cerco montado pelo Estado.
No total, mais de 90 armas foram apreendidas, incluindo fuzis de guerra, grande quantidade de munição e explosivos. Também foram recolhidos rádios comunicadores e 200 kg de drogas.
Fonte: Marielle Pinheiro/Metrópoles