Brasil PL Antifacção
Câmara dos Deputados aprova PL Antifacção em derrota para Lula
Relator Guilherme Derrite (PP-SP) apresentou seis relatórios; governistas tentaram adiar, mas deputados rejeitaram
18/11/2025 22h00 Atualizada há 1 hora
Por: Marcos Oliveira Fonte: Metrópoles 
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (18/11) o Projeto de Lei nº 5.582/2025, conhecido como PL Antifacção. O texto passou com placar de 370 votos favoráveis a 110 contrários, após o relator, Guilherme Derrite (PP-SP), apresentar seis versões do relatório após críticas de governadores de centro e direita, governistas e oposição.

O texto é de autoria do Executivo federal, que sofreu derrotas na votação. Os governistas apresentaram dois requerimentos para adiar a análise e um para retomar a versão original enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso, todos rejeitados pelo plenário.

Agora, os deputados analisam os destaques, sugestões avaliadas separadamente do texto principal. Em seguida, o projeto segue para o Senado e será relatado por Alessandro Vieira (MDB-SE).

Pouco antes da votação, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou o substitutivo como “lambança legislativa”.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia cancelado uma reunião prevista com a ministra e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

No parecer, Derrite criticou o governo e afirmou não ter sido procurado por nenhum representante para tratar de acordos, mas mesmo assim atendeu a pedidos do Executivo.

“Ademais, em que pese este relator não tenha sido procurado, em nenhum momento, por representante do governo federal, tomei conhecimento pela mídia de alguns pontos que não agradavam, pelo qual fiz as seguintes modificações”, disse o ex-policial-militar.

Tropeços de Motta e Derrite

A aprovação da proposta, chamada por Derrite de “Marco Legal do Combate ao Crime Organizado no Brasil”, se deu mesmo com os tropeços dele e de Motta na articulação.

Na noite de segunda-feira (17/11), o presidente da Câmara admitiu publicamente que não esperava consenso sobre o texto.

“Eu não sei se é possível um texto de consenso. O que vou trabalhar é um texto que consiga aglutinar todos os interesses no que diz respeito à montagem de uma proposta boa para o país, tecnicamente eficiente, e que a gente possa avançar na pauta da segurança. Foi esse o compromisso que eu fiz”, declarou o deputado.

Competência da Polícia Federal

O principal ponto de atrito entre Derrite e o governo foi sobre a competência e o controle dos recursos da Polícia Federal (PF). No texto final, o secretário de Segurança Pública estabeleceu que os bens apreendidos em ações contra o crime organizado irão para o Fundo de Segurança Pública do estado quando a investigação estiver sob responsabilidade local.

Caso a PF participe do caso, porém, os valores serão direcionados ao Fundo Nacional de Segurança Pública.

Ainda assim, o trecho foi alvo de críticas pela própria PF, cujos integrantes afirmam que a nova regra pode reduzir o orçamento da corporação.

Fonte - Maria Laura Giuliani / Metrópoles