A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou, em Recife, a Carta de Recife, documento que reforça a necessidade urgente de garantir a presença do pediatra na Atenção Primária à Saúde (APS) em todo o país, especialmente no âmbito do SUS. A entidade afirma que, há pelo menos duas décadas, vem alertando para a importância desse profissional no acompanhamento integral de crianças e adolescentes, desde o nascimento até o final do desenvolvimento.
O texto destaca que, apesar da existência de mais de 40 mil pediatras no Brasil — para um universo de 45 milhões de crianças e adolescentes —, a maioria dos municípios não conta com esses especialistas na Estratégia de Saúde da Família (ESF). Para a SBP, incluir o pediatra nas equipes básicas não significa substituir outros profissionais, mas somar esforços para ampliar a resolutividade, reduzir internações evitáveis e fortalecer o cuidado preventivo.
A entidade também aponta que o país vive um cenário de desigualdades e subfinanciamento da saúde, o que impacta especialmente crianças e adolescentes, considerados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente como sujeitos de direitos prioritários. A SBP reforça que negar o acesso ao pediatra na APS significa manter duas realidades distintas: uma parte da população que tem acompanhamento especializado e outra que não tem.
Além das considerações técnicas, o documento faz um apelo às famílias, gestores públicos e profissionais da saúde para que apoiem a causa e garantam o direito constitucional ao cuidado especializado.
Confira a carta na íntegra abaixo:
Em sintonia com o movimento nacional, o pediatra patoense Dr. Humberto Júnior gravou um áudio convocando colegas da cidade e região para uma mobilização no próximo domingo, 30 de novembro, visando reforçar a pauta da valorização da pediatria na Atenção Primária.
Segundo ele, o objetivo é mostrar à população e às autoridades que o pediatra tem papel essencial na prevenção e na promoção da saúde de crianças e adolescentes.
“Esse é um pleito que a Sociedade Brasileira e a Sociedade Paraibana de Pediatria vêm tratando há anos. Entendemos que, nessa fase de crescimento, é fundamental que crianças e adolescentes sejam acompanhados por um pediatra de formação”, explicou.
Dr. Humberto ressaltou que a proposta não busca substituir profissionais da saúde da família, mas fortalecer as equipes com um olhar especializado. “Uma equipe multiprofissional oferece melhores condições de cuidado, não só no tratamento, mas na prevenção e promoção da saúde”, afirmou.
Ele reforçou ainda a importância do RQE — Registro de Qualificação de Especialista — como garantia de atendimento por um profissional devidamente habilitado.
Ao final, convocou os colegas: “Conclamo todos os pediatras de Patos e região a estarmos juntos defendendo nossa categoria, porque quem vai ao pediatra volta tranquilo. Toda criança e adolescente precisa de um pediatra para chamar de seu”.
Ouça abaixo:
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Por Patos Online