A situação hídrica do Vale do Piancó, no Sertão paraibano, tem causado preocupação crescente entre agricultores, pecuaristas e moradores da região. Sem o avanço das obras da transposição do Rio São Francisco e com o rio Piancó praticamente seco há cerca de três meses, o temor de um novo colapso no abastecimento volta a assombrar a população.
Considerado o principal curso d’água da região, o rio Piancó é responsável por levar água ao maior manancial da Paraíba, o açude Estevão Marinho, localizado em Coremas. A seca do rio afeta diretamente comunidades ribeirinhas de municípios como Boa Ventura e Diamante, onde muitas famílias dependem essencialmente da agricultura familiar e criação de animais para sobreviver.
Mesmo com promessas recorrentes, o ramal da transposição que deveria beneficiar a região ainda não foi finalizado. Com isso, o Vale do Piancó segue como uma das poucas regiões da Paraíba que ainda não recebeu o reforço hídrico do “Velho Chico”, agravando os efeitos de uma das estiagens mais severas dos últimos anos.
Em Itaporanga, maior cidade do Vale, a apreensão também é grande. O açude Cachoeira dos Alves apresenta nível baixo, e a ausência da conclusão da adutora que ligará o município ao sistema de Nova Olinda eleva o risco de desabastecimento. Moradores temem que se repita o colapso registrado em 2016, caso o período chuvoso de 2026 não seja satisfatório.
Com a aproximação do fim de 2025 e a promessa de conclusão do projeto ainda não cumprida, a insegurança se intensifica. Enquanto aguardam soluções concretas, agricultores e ribeirinhos tentam resistir à escassez cavando cacimbas às margens do rio seco, buscando água mínima para os animais e para o consumo básico das famílias.
Por Patos Online
Com informações do Diamante Online