O presidente da Colônia de Pescadores, Itamar Targino, conversou com a jornalista Wânia Nóbrega, da Rádio Espinharas FM, para esclarecer a mortandade de dezenas de peixes registrada nos últimos dias na Barragem da Farinha, localizada em Patos, no Sertão da Paraíba. O reservatório enfrenta uma das situações hídricas mais críticas desde sua construção, em 1975.
Segundo Itamar, a morte dos peixes é consequência direta da redução contínua do nível da água, o que provoca a diminuição do oxigênio necessário para a sobrevivência das espécies. “Infelizmente, com relação a essa mortalidade de peixe que aconteceu na Barragem da Farinha, e que ainda pode acontecer mais, a gente não pôde fazer nada”, afirmou.
De acordo com o presidente da Colônia, a entidade chegou a enviar ofícios e comunicados aos órgãos competentes, incluindo a Cagepa, alertando sobre a gravidade da situação. No entanto, o volume da água continuou baixando progressivamente, agravando o cenário. “O peixe vai ficando sem oxigênio”, explicou.
Itamar relatou que, no início do problema, ainda havia a possibilidade de remoção dos peixes para outro manancial, caso houvesse autorização. A maior parte dos peixes afetados é das espécies curimatã e piau, consideradas extremamente sensíveis. “São peixes de piracema, de corredeira, que precisam de água abundante para correr e desovar”, destacou.
Com a continuidade da seca, a mortalidade se tornou inevitável. “Infelizmente, a água continuou baixando cada vez mais e a situação passou a ser de mortalidade certa”, lamentou Itamar, ressaltando o impacto ambiental causado pela perda de grande quantidade de peixes.