Em um clima de muita comoção e revolta, foi sepultado na manhã deste domingo, 23 de fevereiro, em São José de Caiana, no Vale do Piancó, o corpo da farmacêutica Arlanza Jéssica dos Santos Ramalho, de 34 anos, assassinada dentro de seu apartamento, localizado na Rua Arnaldo Assis de Medeiros, no bairro Novo Horizonte, em Patos, na noite de sexta-feira (21).
"Uma pessoa maravilhosa, querida por todos nós, e hoje, vítima de feminicídio, enterramos uma amiga nossa. Quando uma mulher vai embora, um pouco de todas nós vai junto. Estamos aqui para pedir justiça por ela e por outras que podem vir a passar por isso. Não deixem esse crime se repetir com outras pessoas. Peço, em nome de Arlanza Jéssica, que esse homem seja punido e que esse caso não fique impune", disse uma amiga da vítima em um vídeo obtido pelo Patos Online.
O cortejo fúnebre percorreu as principais ruas da cidade, onde uma multidão prestou as últimas homenagens. Arlanza era natural de São José de Caiana, mas residia em Patos há vários anos, onde trabalhava e era muito querida por todos que a conheciam.
Veja as imagens abaixo:
Arlanza foi encontrada morta com golpes de tesoura nas primeiras horas do último sábado (22). O acusado do crime é seu, até então, companheiro, Lúcio Ramay Oliveira Freitas, de 44 anos, identificado como sargento reformado do Exército. Ele foi preso em flagrante na cidade de Santa Luzia, enquanto tentava fugir.
À polícia, Lúcio alegou ter presenciado a namorada sendo agredida por supostos sequestradores e, após isso, fugiu. A versão, no entanto, foi considerada inverossímil e aumentou as suspeitas contra ele.
O delegado Claudionor, da Delegacia de Homicídios e Entorpecentes (DHE), afirmou que, segundo amigas da vítima, o casal estava junto há poucos meses, mantendo contato por mensagens no WhatsApp. Na sexta-feira (21), Lúcio chegou a Patos e saiu com Jéssica para um espetinho próximo à antiga Campal. Por volta das 21h, retornaram ao apartamento, onde o crime ocorreu.
Conforme o delegado, a gravação das imagens de segurança do prédio mostraram que no dia do crime, apenas o suspeito e a vítima entraram no apartamento onde o corpo foi encontrado. Os proprietários do imóvel informaram que Lúcio nunca havia visitado o apartamento antes.
"A gente começou a levantar a questão do relacionamento deles e, pelo que as amigas dela relataram, estavam juntos desde o Ano-Novo e se comunicavam por mensagens no WhatsApp. Ontem, ele chegou aqui, e à noite saíram para um espetinho próximo à Campal, retornando depois para o apartamento da vítima. Provavelmente por volta das 21h, ele desferiu um golpe de tesoura, tirando a vida da vítima", detalhou o delegado.
Dr. Claudinor Lúcio, disse que o suspeito mantinha um sentimento de posse em relação à vítima e o namoro dos dois, apesar de ser recente, era conturbado.
"A motivação [do crime] se tratou do sentimento possessivo que ele tinha com relação à vítima, e não aceitava as várias vezes em que a vítima acabava o relacionamento. [...] Uma amiga muito próxima da vítima que disse que eles acabavam constantemente o relacionamento", explicou o delegado.
Na delegacia, Lúcio Ramay afirmou ser sargento reformado do Exército, lotado no 31º Batalhão de Infantaria Motorizado de Campina Grande. O delegado Claudionor informou que a polícia irá confirmar essa informação junto ao Comando do Exército. De acordo com a Polícia, o suspeito também possui antecedentes criminais, incluindo passagens por porte ilegal de arma de fogo e ameaça com arma.
A audiência de custódia está prevista para ser realizada neste domingo (23).
Por Felipe Vilar - Patos Online